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Saiba o que Marcolinha do PCC faz na cadeia para tentar reduzir pena

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Saiba o que Marcolinha do PCC faz na cadeia para tentar reduzir pena

Considerado de alta periculosidade, integrante da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) e preso na Penitenciária Federal de Brasília, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, conhecido como Marcolinha — irmão de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola —, tem passado o tempo encarcerado lendo livros, fazendo cursos profissionalizantes e aprendendo idiomas, como inglês e espanhol.

Ligado a operações internacionais do PCC, tráfico de drogas e à compra e distribuição de armamentos para a facção, Marcolinha está no sistema prisional desde o início dos anos 2000, após ser preso pela Polícia Civil de São Paulo. Ele também é apontado como amigo de Fernandinho Beira-Mar, um dos chefes do Comando Vermelho (CV), e um dos conselheiros do irmão.

Entenda

Desde que foi transferido para o sistema penitenciário federal, em 2019, sob suspeita de planejar uma fuga, o irmão de Marcola se dedica rotineiramente aos estudos e à qualificação profissional, conforme apurou o Metrópoles junto a fontes ligadas ao sistema penitenciário que monitoram lideranças do PCC e do CV.

Documentos obtidos pela reportagem mostram que, nesse período, ele concluiu cursos de inglês e espanhol básico, matemática financeira, vigilância sanitária, direito penal (crimes contra a pessoa, patrimônio, paz pública, fé pública e administração pública), direito processual, informática (Windows 7 e Office 2010), formação para vendedor e educação ambiental.

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Além dos cursos, Marcolinha leu mais de 20 livros e chegou a fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2022, embora não tenha obtido nota suficiente para ingressar em universidades federais. A remição da pena por estudo e leitura é prevista no Código Penal Brasileiro — o quantitativo de penas abatidas é incerto.

Somadas, as penas de Marcolinha totalizam 34 anos e 8 meses de prisão, dos quais 26 anos e 9 meses já foram cumpridos, o que, teoricamente, poderia garantir liberdade provisória. No entanto, ele continua na mira de investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP), por suspeita de lavagem de dinheiro envolvendo a companheira e a filha — que é sobrinha de Marcola.

Apesar de considerado um preso de alta periculosidade, relatórios da Penitenciária Federal de Brasília apontam que ele mantém bom comportamento, sem registros de incidentes no período de encarceramento.

Atualmente, além de Marcola, Marcolinha divide a unidade com Tuta, criminoso preso recentemente na Bolívia, acusado de integrar a cúpula do PCC e de lavar cerca de R$ 1 bilhão para a facção.

Histórico

O nome de Marcolinha aparece em investigações desde a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, de 2003. Na ocasião, foi apontado como braço direito de Marcola, responsável pela compra e distribuição de armamentos para o PCC.

As armas, segundo os relatos, chegavam ao Brasil escondidas em carregamentos de cocaína provenientes da Colômbia e da Bolívia. Marcolinha liderava as operações do PCC fora das cadeias e mantinha relação estreita com o CV, do Rio de Janeiro. Também seria amigo de Fernandinho Beira-Mar.

Embora seu nome esteja ligado ao tráfico internacional, ele nunca foi condenado por esse tipo de crime. Suas penas estão relacionadas a assaltos, incluindo o roubo de R$ 3,8 milhões da transportadora de valores Transprev, em 1998, em São Paulo — dinheiro que, segundo a polícia, foi usado para construir um túnel de fuga.

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