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    Se Mauro Cid mentiu ou disse a verdade, não sabemos. Mas isso mudaria tudo?

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    Nesta terça-feira (24/6), os réus da ação que investiga a participação do “núcleo crucial” na tentativa de tramar um golpe de Estado, o general Walter Braga Netto, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e o ex-ministro Anderson Torres, participaram de acareação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF). Como testemunha no processo, também prestou esclarecimentos o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército.

    Ao ser abordado pela imprensa na saída da audiência, o advogado de Braga Netto, José Lima, criticou a decisão da acareação não ter sido transmitida e gravada “uma pena que não tenha imagem” e relatou que Mauro Cid não se defendeu ao ser chamado de mentiroso pelo general:

    “O general Braga Netto, em duas oportunidades, afirmou que o senhor Mauro Cid, que permaneceu por todo ato com a cabeça baixa, era mentiroso. E ele [Cid] não retrucou quando teve oportunidade”

    A defesa do general questiona dois pontos principais da delação de Mauro Cid: o primeiro, o tenente-coronel relatou que o general lhe teria entregue R$ 100 mil numa sacola de vinho para financiar a operação do golpe. O segundo ponto, foi o depoimento à PF onde Cid falou que o plano Punhal Verde e Amarelo, para monitorar e assassinar autoridades, foi discutido na casa de Braga Netto.

    Caso o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tenha mentido em delação, como deu a entender a defesa de Braga Netto, é importante lembrar que o processo da tentativa de golpe não se segura apenas na colaboração de Cid – afinal, seu depoimento apenas corroborou o que a Polícia Federal já tinha apurado. O delator não teve, de repente, uma crise de consciência ou algo parecido. Ele fez o acordo para se defender, para não pegar uma pena tão grande. É esse o propósito de uma delação.

    Confira análise em trecho do Noblat Blá Blá: