Durante entrevista coletiva ao fim da cúpula Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Haia, Holanda, nesta quarta-feira (25/6), o secretário-geral da aliança, Mark Rutte, surpreendeu ao se referir ao presidente norte-americano Donald Trump como “papai”. Rutte declarou que Israel e Irã agiam como “duas crianças no pátio de uma escola”.
Neste contexto, o secretário-geral da Otan, afirmou: “Às vezes, o papai tem que usar uma linguagem forte”.
Defendendo o bombardeio autorizado por Trump e os esforços para convencer os países-membros da OTAN a aumentarem seus gastos com defesa. Segundo ele, o republicano agiu como um “homem de paz” por ter, posteriormente, impulsionado uma trégua entre Irã e Israel.
O comentário gerou forte repercussão internacional, especialmente no Irã. Esmaeil Baqaei, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, reagiu com dureza.
“É vergonhoso, desprezível e irresponsável que o secretário-geral de Otan chame de ‘realmente extraordinário’ um ato de agressão contra um Estado soberano”, afirmou nas redes sociais. Ele ainda acusou Rutte de ser cúmplice de um crime ao apoiar os ataques.
Conflito Israel x Irã
- A troca de ataques entre os dois países começou na madrugada de 13 de junho, quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram ofensiva contra o centro do programa nuclear iraniano e contra líderes militares de Teerã.
- O governo iraniano reagiu com ataques de retaliação poucas horas depois, aumentando o risco de um conflito mais amplo na região.
- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou no conflito, atacando três instalações nucleares no Irã.
- Já o governo de Benjamin Netanyahu afirma que os bombardeios têm como principal objetivo impedir o avanço do programa nuclear do Irã, que o governo considera uma ameaça direta à sua segurança.
- Após 12 dias de conflitos, iniciados por Israel contra o programa nuclear do Irã, ambos os países concordaram com cessar-fogo anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que teria entrado em vigor na madrugada desta terça-feira (24/6).
Além da defesa pública ao republicano, Rutte também celebrou a principal decisão da cúpula: o compromisso dos 32 países da OTAN de elevar seus gastos com defesa para 5% do PIB até 2035 — um salto significativo em relação à meta anterior de 2%.
A medida, pressionada diretamente por Donald Trump, exigirá monitoramento rígido e investimentos crescentes dos aliados europeus e do Canadá. O plano inclui expansão de capacidades militares, aceleração da produção de armamentos e compras coordenadas entre os membros da aliança.
Para o líder dos EUA o aumento de gastos tem de ser visto como um grande sucesso e sinal de compromisso com a segurança global. Segundo ele, a cúpula foi “fantástica” e comprova a força de sua liderança internacional.