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    S&P reafirma nota de crédito do Brasil e mantém perspectiva estável

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    A S&P Global Ratings, uma das três principais agências de classificação de risco do mundo, reafirmou a nota soberana de crédito do Brasil em “BB”, mantendo a perspectiva estável para o país. A decisão foi anunciada nessa quinta-feira (5/6).

    Com isso, o Brasil continua dois degraus abaixo do chamado grau de investimento – uma espécie de selo de bom pagador atribuído pelas agências a países ou instituições.

    A escala de classificação adotada pela S&P varia de “D” até “AAA”. Quanto mais próximo de “AAA”, mais seguro é considerado o investimento na companhia, segundo a agência.

    A partir de “BBB”, já há uma indicação que se trata de um investimento mais seguro.

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    Entenda

    • As agências de classificação de risco são empresas privadas que avaliam a saúde financeira de países e de outras empresas.
    • Com base em critérios como juros, dívida, capacidade fiscal e outros, as agências concedem uma nota de crédito.
    • Além da S&P, a Fitch e a Moody’s completam a lista das principais agências de risco no mercado global.
    • As três foram fundadas ainda no início do século passado e têm sede em Nova York, nos EUA (a Fitch tem sede dupla, em Nova York e em Londres, na Inglaterra).

    O que diz a S&P sobre o Brasil

    De acordo com a avaliação da S&P Global, o Brasil mantém uma posição externa sólida, com um fluxo forte de exportações de commodities e tendo o real como uma moeda altamente negociada, o que reduz a necessidade de financiamento externo.

    Outro fator de segurança para o país, segundo a agência, é a atuação do Banco Central (BC), que é “operacionalmente independente” e adota metas de inflação que possibilitam “um regime flexível de política monetária e cambial”.

    “Esperamos que os déficits do governo continuem elevados em meio à rigidez orçamentária generalizada, incluindo uma estrutura de gastos primários inflexível e uma alta carga de juros”, pondera a S&P, apontando riscos fiscais no horizonte econômico do país.

    A agência também menciona fatores que podem, eventualmente, elevar ou rebaixar tanto a perspectiva quanto a nota de crédito atual do país.

    “Em nossa opinião, as políticas voltadas para a consolidação fiscal promoveriam um ambiente de taxas de juros mais baixas, contribuindo ainda mais para o crescimento econômico”, afirma a S&P.

    “Uma deterioração na sinalização das políticas também poderia afetar os fluxos líquidos de investimento estrangeiro direto e, assim, enfraquecer a posição externa do Brasil”, alerta a agência.

    A decisão da S&P de manter a nota de crédito do Brasil foi anunciada quase uma semana depois de outra agência de risco, a Moody’s, ter mantido a nota de crédito soberano do país em Ba1, mas mudado a perspectiva de avaliação de positiva para estável.