Diante de uma nova guerra em Israel, o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) adiou a viagem de dois policiais (PMs) que iriam para um intercâmbio militar no país que atacou o Irã na última quinta-feira (12/6).
A viagem do tenente-coronel Gustavo Packer Mercadante, do 4º Batalhão de Polícia de Choque, e do major Daniel do Amaral Veiga, do 1º Batalhão de Polícia de Choque, está marcada entre os dias 30 de junho e 11 de julho e foi autorizada em publicação no Diário Oficial do estado nesta semana.
O Metrópoles apurou, porém, que a ida dos policiais militares, em princípio, está suspensa porque o governo de São Paulo acompanha de perto a situação de Israel, considerada instável por conta do conflito, que poderia colocar em risco a segurança dos agentes.
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A viagem faz parte de um intercâmbio acertado em 2023, quando uma delegação de Israel visitou o Brasil. O objetivo do programa é “trocar experiências e boas práticas entre as corporações”. A viagem dos PMs, caso ocorra, não tem ônus para o governo paulista, mas os vencimentos dos agentes é mantido.
Entenda o conflito
- Na noite de quinta-feira (12/6), militares israelenses atingiram dezenas de alvos no Irã com o objetivo oficial de frear o programa nuclear iraniano.
- O Irã reagiu com o lançamento de mísseis e drones contra Israel.
- Cerca de 250 pessoas já morreram no conflito. A maioria civis iranianos.
- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou de morte, nas redes sociais, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
- Tropas norte-americanas também se movimentaram, mas não há ainda indícios de que o país irá entrar no conflito.
Autoridades brasileiras em Israel
Prefeitos brasileiros foram para Israel na semana passada e acabaram presos no país em meio ao conflito. Os representantes dos municípios foram ao MundiExpo Israel 2025, feira internacional de tecnologia voltada à gestão pública.
A comitiva contava com representantes de municípios do interior de São Paulo como Barretos, Campos do Jordão, Guaratinguetá, Ribeirão Preto, São José dos Campos e São Vicente.
O vice-governador, Felício Ramuth (PSD), também iria participar do evento, mas foi avisado no meio da viagem que o espaço aéreo de Israel estava fechado. Ele retornou ao Brasil após fazer escala na França.
Na quarta-feira (18/6), o Itamaraty informou que as 27 autoridades brasileiras que estavam em Israel foram evacuadas do país. A comitiva foi dividida em dois grupos que foram para Jordânia por via terrestre.
Os primeiros saíram de Israel na segunda-feira (16/6) e da Jordânia foram para os Emirados Árabes Unidos. Lá, pegaram um voo que chegou ao Brasil na quarta-feira passada, mesmo dia que o segundo grupo saiu de Israel para Jordânia. Os deslocamentos e eventuais hospedagens foram pagos pelo governo israelense.
Desde outubro de 2023, o Ministério das Relações Exteriores desaconselha viagens de brasileiros a Israel, que não sejam essenciais. Antes do conflito com o Irã, o país já estava em guerra com a Palestina, após o ataque do grupo terrorista Hamas.