Guarujá (SP) — O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas disse nesta sexta-feira (6/6) ter “vergonha” de receber penduricalho e defendeu o corte de supersalários.
“Acredito muito na boa fé das pessoas que governam o nosso país. Estou falando de Executivo, estou falando de Legislativo, estou falando de Judiciário também. E eu acredito que nós, a essa altura, temos maturidade para tomar uma decisão compartilhada. É preciso cortar supersalário. Eu tenho vergonha, eu tenho vergonha, eu tenho vergonha de receber penduricalho”, afirmou Dantas em fala durante painel do Fórum Esfera no Guarujá (SP), aplaudida pela plateia.
O ministro do TCU ponderou, contudo, que é preciso haver um “pacto coletivo” para que todos os demais tribunais do Brasil cortem conjuntamente os penduricalhos pagos a seus integrantes.
“É preciso que haja um pacto coletivo. O que não é possível é que o TCU corte penduricalho e todos os outros tribunais do Brasil paguem penduricalho, porque aí eu rebaixei o Tribunal de Contas da União. Por isso que é preciso um pacto coletivo”, disse.
Leia também
-
Inclusão de Zambelli em lista foi “teste” para novo chefe da Interpol
-
Lula manda recado a Trump em evento com empresários em Paris
-
PT pede perda imediata de mandato de Carla Zambelli
-
TCU analisa ação que pode gerar dívida de R$ 3,2 bilhões ao governo
Em sua fala, Bruno Dantas afirmou que o grande desafio do Brasil hoje é tratar a governança fiscal com seriedade. Ele disse que o arcabouço fiscal é bom, mas sua complexidade permite “magias fiscais”.
“O arcabouço é bom, só que é tão complexo que permite você falar banda disso, banda daquilo. O teto de gastos tinha um vantagem: tinha uma linha apenas. (…) O arcabouço fiscal, infelizmente, é tão complexo que permite essas magias fiscais, para a gente não chamar de pedalada, de contabilidade criativa”, declarou.