Alex Amaro de Oliveira, de 40 anos, conhecido como Barba e apontado como tesoureiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi preso em um apartamento de luxo no Morumbi, na zona sul de São Paulo, na última quarta-feira (25/6), enquanto dormia.
Ele é acusado de liderar os repasses de faturamento de biqueiras (pontos de venda de drogas) da Baixada Santista, do ABC e da capital do estado para contas vinculadas à facção.
As atividades de Barba foram descobertas em uma investigação da 2ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos.
A prisão contou com apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil e foi filmada. Veja:
De acordo com o delegado Leonardo Rivau, titular da 2ª Dise, Barba estava dormindo quando os agentes entraram no imóvel e não resistiu à prisão. Após ser detido, o acusado foi levado a uma cadeia da capital paulista.
Apreensões
Durante a operação, foram apreendidos celulares, notebooks, relógios, peças em metal dourado, porções de skunk e maconha, além de um veículo Tesla, avaliado em R$ 370 mil.
No apartamento, a polícia também encontrou o documento de uma Porsche Carrera e anotações manuscritas com a contabilidade detalhada de diversos pontos de tráfico, além de chips de telefonia, dinheiro em espécie e registros de pagamentos eletrônicos a operadores do tráfico.
Polícia apreendeu joias, relógios e outros itens de luxo em apartamento de tesoureiro do PCC
Polícia Civil
Polícia apreendeu joias, relógios e outros itens de luxo em apartamento de tesoureiro do PCC
Polícia Civil
Polícia apreendeu joias, relógios e outros itens de luxo em apartamento de tesoureiro do PCC
Polícia Civil
Joias apreendidas com Barba
Polícia Civil
Relógios de luxo de Barba apreendidos em apartamento no Morumbi
Polícia Civil
Tesla de Barba, avaliado em R$ 370 mil
Polícia Civil
Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC
Polícia Civil
Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC
Polícia Civil
Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC
Polícia Civil
Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC
Polícia Civil
Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC
Polícia Civil
Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC
Polícia Civil
Alex Amaro de Oliveira, de 40 anos, conhecido como Barba e apontado como tesoureiro do Primeiro Comando da Capital (PCC)
Reprodução
Wesley Roberto Teixeira, de 33 anos, conhecido como Irmão Vinícius e apontado como braço direito de Barba, o tesoureiro do PCC
Reprodução
Nos celulares dos suspeitos, os agentes encontraram conversas sobre movimentações de drogas, compra de armas de fogo e imagens de câmeras clandestinas instaladas em comunidades para monitoramento da ação policial.
Para a Polícia Civil, as provas colhidas demonstram a atuação hierarquizada dos envolvidos e sua ligação direta com a estrutura criminosa.
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Movimentando dinheiro do PCC
Além de Barba, também foi preso Wesley Roberto Teixeira, de 33 anos, conhecido como Irmão Vinícius e apontado como braço direito do tesoureiro do PCC. Ele atuava em contato direto com os traficantes para coleta do dinheiro, pessoalmente e por celular, e também criou relatórios manuscritos sobre as movimentações financeiras.
Barba, por outro lado, era responsável por transferir o dinheiro coletado do tráfico para as contas do PCC, o que deve abrir uma nova linha de investigação, informou Rivau.
“[O objetivo] agora é agora é identificar a conta bancária, os membros do PCC hierarquicamente superiores ao Barba, a quem era destinado o dinheiro e quem se envolvia com ele”, disse o delegado ao Metrópoles.
Tanto Irmão Vinícius quanto Barba são investigados por tráfico, associação para o tráfico e promoção de organização criminosa.
Para a Polícia Civil, os dois são peças-chave na engrenagem do tráfico de drogas e na atuação do PCC na Baixada Santista e em São Paulo, tendo vínculos diretos com a venda de entorpecentes na Favela da Felicidade e no Jardim Ibirapuera, ambos na zona sul da capital.
Substituiu tesoureiro anterior
- Barba estava há poucos meses no cargo de tesoureiro da facção criminosa.
- Ele assumiu a função após a morte do tesoureiro anterior, Alexsandro Roberto Ferreira, conhecido como Palito, no início de novembro do ano passado.
- Palito foi morto a tiros em um bar próximo à Favela da Felicidade, no Jardim São Luís.
- Antes do homicídio, uma operação da Polícia Federal (PF) revelou um áudio gravado por Palito, em que ele demonstrava ter um plano para atentar contra a vida do ex-juiz Sérgio Moro e do promotor de justiça Lincoln Gakiya.
- Com a morte de Palito, Barba assumiu o cargo de tesoureiro do PCC, entrando no radar da polícia em janeiro deste ano, como revelou o delegado Leonardo Rivau.
O que diz a defesa
Procurada, a defesa de Barba afirma que os objetos apreendidos, “embora não estejam formalmente registrados em nome do investigado, possuem origem lícita e comprovada”.
O advogado Ricardo Asusara atribuiu a prisão do acusado “única e exclusivamente em razão da apreensão, em sua residência, de aproximadamente 5g de maconha, quantidade ínfima e incompatível com qualquer indício de tráfico, associação criminosa ou comercialização, tornando injustificável a imposição de medida cautelar extrema como a prisão preventiva”.
A defesa afirma ainda que não há prova concreta ou elemento técnico que sustente qualquer relação entre Barba e uma organização criminosa, e que a prisão preventiva será impugnada “pelas vias legais adequadas, com base na legislação penal vigente e nos direitos fundamentais do cidadão”.
A reportagem não localizou a defesa de Wesley Roberto Teixeira. O espaço segue aberto.