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    “Tortura e morte”: mãe acredita que corpo de filho foi mudado de lugar

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    A morte de Pheterson de Fátima Rodrigues (foto em destaque), jovem encontrado morto aos 20 anos no núcleo rural Capão Comprido, em São Sebastião, ainda é cercada pelo mistério. A mãe dele, a diarista Simone de Fátima, 42 anos, acredita que o garoto foi torturado em uma chácara e levado para outra propriedade depois de falecer. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ainda não se manifestou sobre as informações.

    4 imagensPheterson de Fátima Rodrigues, 20 anosCorpo foi encontrado em São Sebastião, na terça-feira (10/6)Ele estava desaparecido há 3 diasFechar modal.1 de 4

    Pheterson foi encontrado morto nesta semana

    Material cedido ao Metrópoles2 de 4

    Pheterson de Fátima Rodrigues, 20 anos

    Material cedido ao Metrópoles3 de 4

    Corpo foi encontrado em São Sebastião, na terça-feira (10/6)

    Arquivo Pessoal4 de 4

    Ele estava desaparecido há 3 dias

    Arquivo Pessoal

    O corpo de Pheterson foi encontrado na terça-feira (10/6), em uma chácara na quadra 01 do Capão Comprido. A mãe, Simone, acompanhou o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e a Polícia Militar (PMDF) nas buscas.

    De início, a procura por Pheterson se concentrou em uma chácara onde supostamente havia vestígios de sangue e resquícios de roupas masculinas, mas o corpo dele foi encontrado em outra propriedade localizada a 400 metros. Para a mãe, o jovem foi torturado e morto na primeira residência e levado à segunda para ocultação do cadáver.

    “Foi ali [na primeira chácara] o último suspiro do meu filho, eu tenho certeza. Vimos vestígios de sangue e parte da bermuda dele na cerca de arame”, relembra Simone de Fátima.

    A mulher diz ainda que, durante as buscas, chegou a ver funcionários cavando um buraco nessa primeira chácara. “Ou o meu filho estava enterrado ali antes, ou eles iriam enterrá-lo. Aquilo não era uma horta, como chegaram a me afirmar. Eu trabalhei com hortaliças e sei que elas não nascem em um solo seco como aquele”, declara.

    Simone foi a primeira familiar a ver o corpo de Pheterson. “Ele estava em um estado deplorável, maltrataram demais o meu filho”, afirmou, em prantos. “Não dá para mensurar a dor que ele sentiu.”

    Simone tem convicção de que o filho foi morto de maneira brutal, mas não sabe quem pode ter cometido o crime e nem qual a motivação para tal. Ela chegou a conversar com um amigo de Pheterson, e esse garoto, que é menor de idade, mencionou que devia dinheiro a ele. “Esse colega chegou a me falar que furtou a bicicleta do próprio avô para vender e pagar o Pheterson, mas não sei se isso tem relação [com a morte]. Eu fui com ele até a chácara onde o Pheterson teria passado e, chegando lá, ele começou a chorar muito e falar: ‘Eu não sei, tia, eu não sei’, recorda.

    Agora, Simone anseia por um retorno da PCDF, que investiga o caso. Nesta sexta-feira (13/6), a corporação afirmou para a família que foram encontradas “lesões típicas de choque elétrico” no peito e em um dos braços de Pheterson, mas que não há fios soltos nas chácaras próximas ao local onde o rapaz foi encontrado.

    “Eu só preciso de resposta, não sei por que tanta maldade”, clama a mãe. “Está tudo muito estranho.”

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    • Pheterson foi visto pela última vez no sábado (7/6). Desde então, Simone o procurava pelas ruas e pedia ajuda nas redes sociais;
    • O corpo do rapaz foi encontrado na terça-feira (10/6), em uma chácara na quadra 01 do Capão Comprido;
    • Após a divulgação do caso, levantou-se a suspeita de que Pheterson teria sido vítima de homicídio. Até que, na quinta-feira (12/6), surgiu a hipótese de choque elétrico;
    • A mãe, então, em entrevista ao Metrópoles, afirmou que Pheterson pode ter sido, sim, vítima de choque, mas como método de tortura. Policiais confirmaram à família que o jovem tinha “lesões típicas de choque elétrico” no peito e em um dos braços;
    • A causa da morte ainda não foi confirmada pela PCDF. Também não se sabe se Pheterson foi torturado antes de morrer;
    • Também não há informações acerca de suspeitos e nem sobre a motivação do crime.

    Atencioso e querido

    Simone dribla a emoção para descrever o filho como um rapaz “atencioso e querido”. “Ele era muito carinhoso e atencioso. Era querido por todos lá no Capão [Comprido]. Uma ex-professora dele chegou a comentar comigo que não acreditava que aquilo havia acontecido”, descreve Simone.

    Pheterson morava com o pai em São Sebastião há cerca de dois anos, mas sempre ia visitar a mãe, que mora no Entorno do DF. “Nosso convívio era muito bom. Eu tenho mais dois filhos, ele era o do meio. Minha caçula está detonada, sentindo muita falta dele.”

    “Não vou mais abraçar e ouvir a voz do meu filho, isso dói demais.”

    O caso é investigado pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião). Em nota, a PCDF afirmou que “os laudos periciais ainda não estão concluídos e o delegado só se pronunciará quando encerrar as investigações”.