O Tribunal Distrital de Jerusalém informou, nesse domingo (29/6), que aceitou o pedido dos advogados do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por um adiamento de duas semanas do julgamento do líder israelense, com base em necessidades de segurança nacional provocadas pelo conflito de 12 dias entre Israel e Irã.
O tribunal havia rejeitado o pedido na sexta-feira (27/6), mas voltou atrás. A decisão foi anunciada após um apelo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o julgamento fosse suspenso.
Netanyahu deveria prestar depoimento nesta segunda-feira (30/6).
O julgamento
- Netanyahu está sendo acusado por três crimes: fraude, quebra de confiança e suborno. O premiê nega todas as acusações.
- O ciclo de investigação começou em 2017, apresentando outra acusação em 2020, mas apenas em 2021 passou a ouvir testemunhas, em virtude da pandemia da Covid.
- Devido à guerra entre Israel e Hamas, o processo teve inúmeros atrasos a pedido da defesa do primeiro-ministro, que queria que ele fosse ouvido no tribunal em dias não consecutivos e apenas duas vezes por semana, entre as 10h e as 15h.
- Na primeira acusação, os promotores alegam que Netanyahu supostamente teria recebido do empresário Arnon Milchan US$ 75.800 em charutos e US$ 52.300 em champanhe, entre 2011 e 2016. A mulher de Netanyahu, Sara, também teria recebido US$ 3.100 em joias, mas a acusação alega agora que este valor seria de US$ 45 mil.
A defesa do primeiro-ministro solicitou, na quinta-feira (26/6), que o tribunal o dispensasse das audiências pelas próximas duas semanas, alegando que ele precisava se dedicar às questões de segurança nacional após o conflito com o Irã.
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Inicialmente, o tribunal rejeitou o pedido. Porém, o primeiro-ministro apresentou um segundo pedido de suspensão por duas semanas, anexando uma cópia de sua agenda para a próxima semana.
Trump alegou, no sábado (28/6), que Netanyahu é um “herói de guerra” que está sendo perseguido de forma “terrível”.
“É terrível o que estão fazendo em Israel com Bibi Netanyahu. Ele é um herói de guerra e um primeiro-ministro que fez um trabalho fabuloso ao trabalhar com os Estados Unidos para obter grande sucesso na eliminação da perigosa ameaça nuclear no Irã”, escreveu Trump.
O tribunal não divulgou a data de um novo depoimento.