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Usina termelétrica no Rio Melchior é “inviável”, diz analista do Ibama

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Usina termelétrica no Rio Melchior é “inviável”, diz analista do Ibama

Deputados distritais que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Melchior na Câmara Legislativa (CLDF) receberam, nesta quinta-feira (12/6), um analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O especialista falou sobre o projeto de instalação de uma usina termelétrica a 500 metros do Rio Melchior, em Samambaia, e declarou que uma obra desse tipo é inviável na área, devido à vazão insuficiente do afluente.

Veja imagens da área:

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Mapa de área influenciada pela construção

Rima Termelétrica/Reprodução2 de 6

Área destinada à implementação de termelétrica

Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto3 de 6

Termelétrica vai puxar 100 mil litros por hora do rio Melchior

Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto4 de 6

Comunidade da Cerâmica fica a 2 km de área destinada à construção de usina

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Escola Guariroba deverá ser realocada pela segunda vez

Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto6 de 6

Rio Melchior é Classe IV de poluição

Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

O analista do Ibama Breno Bispo declarou que a quantidade de água que flui no Rio Melchior não é o bastante para suportar a instalação de uma usina termoelétrica.

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O projeto de construção da usina prevê a captação da água do rio para que a termelétrica funcione. Na última terça-feira (10/6), porém, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) suspendeu a autorização existente para isso.

“Se, tecnicamente, a região não tem capacidade de resfriamento, o empreendimento é inviável”, resumiu Breno Bispo, ao ser questionado sobre a decisão da Justiça.

Lençóis freáticos sob risco

Uma adutora ligada à usina pretende captar um volume de 110 milímetros por hora de água no Rio Melchior. Após usá-la, a indústria devolveriam 104 m³/h ao curso hídrico.

Estiveram na sessão a presidente do colegiado, deputada Paula Belmonte (Cidadania), o relator Iolando (MDB) e o deputado Gabriel Magno (PT), que também faz parte da CPI.

Questionado por Paula Belmonte sobre o fato de o rio ser “altamente poluído” e de a termelétrica usar dessa água, o analista respondeu que o consumo hídrico não seria sequer suficiente para esfriar a caldeira da usina “em determinadas épocas do ano”.

Diante disso, seria necessário perfurar ao menos quatro poços para aproveitar a água dos lençóis freáticos da região – procedimento que também gera riscos ambientais.

O deputado Gabriel Magno ainda apresentou dados de um estudo ambiental elaborado para tratar da construção da usina. O documento elenca 24 fatores negativos contra apenas quatro positivos para a instalação.

O parlamentar ressaltou, ainda, que a usina deve emitir quatro vezes mais dióxido de carbono (CO2) do que os poluentes lançados na atmosfera pela frota de ônibus de toda a cidade de São Paulo (SP) em 2003.

“O DF precisa dessa geração de energia elétrica para arriscar as várias questões colocadas? O que são 80 empregos, em 15 anos [tempo de funcionamento da usina], em que nem se garante que a população local será beneficiada por isso?”, questionou Gabriel Magno.

Saiba mais sobre a estrutura da usina a ser construída

Na próxima reunião da CPI, agendada para 26 de junho, às 10h, serão ouvidos o presidente da Ambientare, Felipe Lavorato, e os superintendentes da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) Helia Dania Silva dos Santos, de resíduos sólidos, gás e energia; Gustavo Antonio Carneiro (recursos hídricos); e Rafael Machado Mello (abastecimento de água e esgoto).

Em 7 de agosto, os deputados vão visitar um abatedouro de aves no Km 25 da DF-180, que também despeja resíduos no Rio Melchior.

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