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    “Viado, drogado e rubroneca”: Abin espionou amigo de Renan Bolsonaro

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    A investigação da Polícia Federal (PF) sobre “estrutura paralela de inteligência” criada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro aponta que Allan Gustavo Lucena do Norte, ex-sócio e amigo de Renan Bolsonaro, foi alvo de espionagem e difamação.

    Em 17 de setembro de 2020, o servidor Marcelo Bormevet afirmou que era preciso “explodir” Allan Lucena. A mensagem foi enviada a Giancarlo Gomes Rodrigues, que respondeu perguntando se o alvo estaria “detonando o PR”, sigla utilizada para se referir ao então presidente Jair Bolsonaro.

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    Vereador Jair Renan Bolsonaro chega para a reunião do PL

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    Jair Renan Bolsonaro e o pai Jair Bolsonaro

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    Jair Bolsonaro e seus filhos em ato em SP

    DANILO M. YOSHIOKA/ESPECIAL METRÓPOLES @danilomartinsyoshioka

    Bormevet rebateu: “Negativo. Tá iludindo o 04 do PR. Mas o cara é viado, drogado e rubroneca [flamenguista gay]”.

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    O episódio foi classificado como parte de um padrão de ações clandestinas conduzidas por servidores ligados ao núcleo político bolsonarista.

    Segundo a PF, as ações tinham objetivo de proteger a imagem da família presidencial, controlar possíveis fontes de constrangimento e obter vantagens político-pessoais.

    A corporação indiciou 34 investigados no inquérito da Abin Paralela. Entre eles, o veredor Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou a agência no governo passado.

    Sócio de Renan Bolsonaro

    Allan Lucena ficou conhecido por sua proximidade com Renan Bolsonaro, o filho “04” do ex-presidente. Os dois chegaram a ser sócios de uma empresa, e Lucena frequentemente acompanhava Renan em eventos.

    Em 2021, o empresário foi citado em investigações sobre possível tráfico de influência envolvendo Renan. As autoridades apuram se a relação entre eles foi usada para intermediar contatos com empresários e autoridades do governo.

    A inclusão de Lucena como alvo de ação realizada pela Abin indica que a estrutura paralela também atuava em questões relacionadas a interesses privados da família presidencial.