Um fenômeno astronômico raro surpreendeu moradores do Gama no fim da noite da última segunda-feira (23/6). Por volta das 23h, um meteoro extremamente brilhante e duradouro — conhecido como bólido — cruzou o céu da região e foi registrado por uma câmera de monitoramento instalada no Edifício Ômega, no Setor Central do Gama, ao lado do shopping e em frente ao Flex Gama. O flagrante foi feito por Matheus Queiroz, 23 anos, professor e entusiasta da astronomia.
Matheus mantém o equipamento ligado todas as noites com a esperança de registrar fenômenos como esse. O vídeo mostra o clarão cortando o céu rapidamente antes de desaparecer no horizonte.
“Capturo meteoros com essa minha câmera todo dia, mas um tão brilhante como esse é a primeira vez”, afirmou. Apesar de estar dormindo no momento da passagem, Matheus revisa diariamente os registros do equipamento, mantido exclusivamente para observações noturnas.
Veja o vídeo:
Professor de história na rede pública e formado também em relações internacionais, Matheus se apaixonou pela astronomia em 2022, após presenciar uma conjunção rara entre Júpiter e Vênus. Desde então, estuda os astros por conta própria, acompanha fóruns de astronomia e investiu em equipamentos como binóculos para observações celestes.
Apesar do espanto comum com eventos como o bólido, ele lembra que há explicações científicas para muitos fenômenos que iluminam o céu. “Muitos satélites brilhantes são confundidos com OVNIs, mas basta consultar um aplicativo como o Stellarium para ver que a passagem deles já estava prevista. O mesmo vale para a queda de lixo espacial, cada vez mais comum por causa do número de objetos em órbita baixa”, explica.
O que é um bólido?
Bólidos são meteoros excepcionalmente brilhantes, que deixam um rastro luminoso intenso ao entrar na atmosfera terrestre. Às vezes, provocam pequenos estrondos e são visíveis por vários segundos, chamando a atenção de quem está ao ar livre.
Embora possam parecer ameaçadores, esses corpos celestes costumam se desintegrar completamente antes de atingir o solo, e raramente oferecem risco. Para a ciência, no entanto, são eventos valiosos, pois ajudam a estudar a composição de asteroides e o comportamento da atmosfera.
A Bramon (Brazilian Meteor Observation Network), rede colaborativa que monitora meteoros em todo o país, incentiva o envio de relatos e registros. Quem viu o clarão pode relatar a observação no site bramon.imo.net, contribuindo com dados que ajudam a identificar a trajetória e a possível origem do meteoro.