O principal alvo da operação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para desmantelar um esquema de tráfico de drogas que corria solto na Rodoviária do Plano Piloto, nesta quarta-feira (11/6), não vendia apenas pedras de crack. O traficante gostava de humilhar e zombar de usuários de drogas, exigindo que chorassem diante da câmera para receber uma pequena pedra. Segundo as apurações policiais, o comportamento reforçava o grau de dominação e intimidação exercido sobre dependentes químicos em situação de vulnerabilidade.
O mesmo traficante também chamou a atenção dos investigadores pelo conteúdo publicado em suas redes sociais, onde ostentava lucros com a venda de drogas e fazia uso de simbologia associada a facções criminosas, como o gesto com três dedos erguidos, a expressão “tudo três”, relacionado às três letras do PCC, o Primeiro Comando da Capital. No entanto, não existe ligação entre o criminoso e a organização criminosa paulista.
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De acordo com investigações conduzidas pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), os alvos não integram uma mesma organização criminosa, mas mantêm relações pontuais e de conveniência, frequentemente se abastecendo entre si em situações de necessidade, especialmente quando há demanda imediata por entorpecentes. A ação, que conta com o apoio da Divisão de Operações Especiais (DOE) cumprem de 13 mandados judiciais, sendo 10 de busca e apreensão e três de prisão temporária.
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Prisões
Três homens, com idades entre 22 e 35 anos, são alvos de mandados de prisão temporária. Todos com atuação direta na distribuição e fornecimento de entorpecentes. Os criminosos têm passagens pela polícia, inclusive por tráfico de drogas. O grupo chegava a se misturar com moradores de rua e usuários para tentar despistar a polícia e afastar as suspeitas de que o tráfico ocorria diariamente na rodoviária.
Os presos responderão, conforme os elementos individualizados, pelos crimes de tráfico de drogas (art. 33 da Lei 11.343/2006), associação para o tráfico (art. 35) e lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei 9.613/1998). A soma das penas pode ultrapassar 30 anos de reclusão. A operação contou com o apoio de mais de 50 policiais civis, com efetivo especializado do Departamento de Operações Especiais (DOE) e cães farejadores.