Elon Musk, o homem mais rico do mundo, pediu o impeachment do presidente Donald Trump e zombou de suas conexões com o criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein, um magnata que recrutou mulheres e crianças para usufruto dos seus amigos.
Trump respondeu chamando-o de louco e ameaçou cancelar contratos federais e subsídios fiscais para as empresas de Musk. Stephen K. Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca, meteu-se na história ao sugerir que Musk vive drogado.
Tudo isso aconteceu por meio de mensagens postadas por Musk e Trump nas redes sociais. Bannon, amiguinho e colaborador assíduo do clã Bolsonaro, preferiu falar ao jornal New York Times. Para ele, Musk, nascido na África do Sul, é um imigrante ilegal.
Os ataques diretos a Trump feitos por Musk alcançaram um ponto sem retorno quando o dono do X escreveu em sua rede:
“Hora de soltar a bomba de verdade: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual os arquivos não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!”,
Ao detonar a bomba, Musk ignorou suas próprias conexões com Epstein. Em 2014, assim como Trump, ele foi fotografado em uma festa com Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, condenada por envolvimento nas atividades de tráfico sexual do magnata.
As ações da Tesla, empresa de veículos eletrônicos de Musk, caíram quase 15% na tarde desta quinta-feira. A queda coincidiu com o início dos comentários de Trump. As ações dos concorrentes da SpaceX , outra empresa de Musk, subiram na Bolsa de Valores.
A troca de insultos entre Musk e Trump ocorreu depois que Musk deixou o cargo de chefe do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, responsável por cortes de despesas. Os dois divergiram quanto ao projeto de lei orçamentária do governo.
Trump acusa Musk de se opor ao projeto unicamente por interesse próprio, já que não beneficiaria a Tesla. Trump também retirou a indicação do candidato preferido de Musk para comandar a Nasa, a agência responsável pelos programas de exploração espacial.
“Estou muito decepcionado com Elon”, disse Trump antes de elevar o tom. “Ele não tinha problema algum com isso. De repente, tinha um problema, e só o desenvolveu quando descobriu que vamos cortar a obrigatoriedade de veículos elétricos.”
“Sem mim, Trump teria perdido a eleição, os Democratas controlariam a Câmara, e os Republicanos o Senado com apenas duas cadeiras a mais”, afirmou Musk. E acrescentou: “Uma tamanha ingratidão que todos podem ver e aferir”.
“Elon estava por um fio. Eu pedi para ele sair, tirei dele o mandato dos carros elétricos que forçava todos a comprarem, veículos que ninguém mais queria. Ele sabia há meses que eu faria isso e ele simplesmente pirou”, replicou Trump.
Dois bilionários que lavam a roupa em público para surpresa dos seus aliados e delícia dos seus adversários. Política em toda parte virou negócio ou sempre foi negócio, só que agora sem disfarces. Quando suas vísceras são expostas, porém, causa nojo.