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Zambelli pede licença da Câmara por 120 dias, diz assessoria

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Zambelli pede licença da Câmara por 120 dias, diz assessoria

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu licença da Câmara dos Deputados por 120 dias. A informação foi confirmada pela assessoria da parlamentar. O motivo seria “interesse pessoal”. No sistema da Câmara, a parlamentar ainda aparece como “em exercício”.

Zambelli saiu do Brasil depois de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — ela é alvo de um mandado de prisão preventiva e entrou na lista da Interpol.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que esperava um “parecer jurídico” da Casa para poder fazer uma manifestação sobre o caso da deputada. A expectativa é de que ele se posicione sobre o caso de Zambelli na noite desta quinta-feira (5/6).

“A equipe técnica do jurídico da Câmara está se reunindo para ver quais são as próximas etapas que nós deveremos cumprir da decisão dada pelo Supremo. E eu quero, até o fim do dia de hoje, trazer qual será a nossa manifestação acerca do assunto”, declarou o presidente da Câmara a tarde.

Como mostrou o Metrópoles, desde terça-feira (5/6), quando Zambelli anunciou que havia deixado o Brasil, Motta optou por não se manifestar sobre o caso. Nesta quinta, o presidente da Câmara justificou o silêncio como uma forma de decidir “com muita responsabilidade”, já que na avaliação do parlamentar “não existem precedentes” no caso da deputada.

Da condenação até a fuga

A Câmara foi notificada na noite de quarta-feira (4/6) sobre a ordem de suspensão do salário da parlamentar e também sobre a verba de gabinete. Toda a decisão está passando por análise do jurídico da Câmara. Porém, caso ela se licencie do cargo sem remuneração, automaticamente a verba de gabinete e o salário ficam suspensos.

A oposição na Câmara cobra que o presidente da Câmara se manifeste. O grupo entende que a parlamentar é “vítima de perseguição” e que a determinação de sua prisão “é absurda”, mesmo ela já estando condenada pela Primeira Turma do STF.

“Diante de tamanha gravidade e da total ausência de precedentes na história do Parlamento brasileiro, a presidência da Câmara dos Deputados — na figura do presidente Hugo Motta — tem o dever constitucional, institucional e moral de se manifestar com firmeza e urgência”, disse um trecho da nota divulgada na quarta-feira (4/6) pela liderança da oposição.

Apesar da declaração da oposição por meio de nota, deputados do grupo tem evitado dar entrevistas e falar sobre o caso da parlamentar.

Anúncio formal de fuga e pedido da PGR

Na terça-feira (3/6), Zambelli concedeu uma entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube, em que revelou que estava fora do país.

“Eu queria anunciar que estou fora do Brasil. Já faz alguns dias. A princípio, buscando um tratamento médico, é um tratamento que eu já fazia aqui [sem especificar o lugar]. Vou pedir afastamento do cargo”, disse.

A parlamentar afirmou que vai ficar na Europa por ter cidadania europeia e que vai “denunciar a ditadura” que, segundo ela, o Brasil vive. Segundo a deputada, ela vai pedir licença não remunerada, assim como fez o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos. O pedido de licença não aconteceu.

Após a entrevista, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão preventiva da deputada. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a detenção e ainda pediu a inclusão de Zambelli na lista vermelha da Interpol, que já foi feito.

Na decisão, Moraes também determinou os respectivos bloqueios:

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