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    “A morte não é o fim”, diz filho de Preta Gil em carta à mãe

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    Filho único de Preta Gil, Francisco Gil usou as redes sociais nessa terça-feira (22/7) para se despedir da cantora, que faleceu no último domingo (20/7), aos 50 anos, em decorrência de complicações causadas por um câncer no intestino.

    Em um texto comovente, o músico lembrou os momentos finais ao lado da mãe e refletiu sobre a força e o legado deixados por ela.

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    Última noite ao lado da mãe

    “Na nossa última noite juntos, você dormia e eu acompanhava cada respiração sua. Você segurava minha mão com força… e eu sem entender de onde você tava tirando aquela força”, escreveu ele, que descreveu Preta como uma mulher movida pelo amor e pela generosidade.

    “Sua força vinha da vontade de viver, de ver a sua neta Sol de Maria crescer e vinha da gente que estava lutando junto com você. De um país inteiro que torceu… e assim lutou junto também.”

    O artista também falou sobre o privilégio de ser filho da cantora: “Você foi e será sempre tão amada, mãe. Que privilégio ter vindo pra esse mundo de dentro de você. Minha melhor amiga.”

    Momento de despedida

    Ele contou ainda que a cantora partiu após um momento de despedida entre os dois: “Eu me despedi de você e tentei fazer com que você não percebesse… claro que você percebeu. E claro que esperou que eu fizesse isso pra poder partir. Você sorriu, e eu nunca vou esquecer desse sorriso.”

    Francisco finalizou a carta dizendo que a mãe continua presente, mesmo que em outra forma: “Estenda-se infinito, mãezinha. A gente que é de axé sabe que a morte não é um fim.” Ele também publicou duas fotos: uma com a filha, Sol de Maria, e outra ao lado de Preta Gil.

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    Preta Gil

    Reprodução/Instagram @pretagil2 de 8

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    Preta Gil

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    Leia a carta de Francisco Gil na íntegra

    “Na nossa última noite juntos, você dormia e eu acompanhava cada respiração sua. Você segurava minha mão com força… e eu, sem entender de onde você estava tirando aquela força. Já faz muito tempo que venho tentando entender de onde vem essa sua força toda… e agora entendo.

    O motor da sua vida sempre foi amar, e amar sempre foi o seu maior dom. O amor sempre foi ação pra você… nunca se estagnou. Você foi implacável amando. Sua força vinha da vontade de viver, de ver a sua neta Sol de Maria crescer, e vinha da gente que estava lutando junto com você.

    De um país inteiro que torceu… e, assim, lutou junto também. Esse amor também chegou pra todos nós. A rede de apoio mais linda, que você construiu.

    A sua compulsão era a generosidade. Ter o seu amor foi um impacto grande pra qualquer um, e eu nunca me incomodei de dividir ele com ninguém, porque foi você quem me ensinou que o amor não se limita. E você amou tanto… tanto. Você foi — e será sempre — tão amada, mãe. Que privilégio ter vindo pra esse mundo de dentro de você. Minha melhor amiga.

    Eu estava com muito medo… mas determinado a encarar tudo com você. E a gente encarou, mesmo com você tentando me poupar. Eu me despedi de você e tentei fazer com que você não percebesse… claro que você percebeu. E claro que esperou que eu fizesse isso pra poder partir.

    Você sorriu, e eu nunca vou esquecer desse sorriso. Seu olhar tinha muito mistério… mas entendi. A gente sempre se entende… assim como nesse exato instante. No seu adeus, tinha também um até logo. Presença absoluta que agora só muda de perspectiva.

    Seu olhar também tinha a curiosidade de sempre… e muita coragem pra encarar o que estivesse por vir. E foi assim que você deu seu jeito de me proteger e me deixar seguro de que — como sempre — você sabia bem o que estava fazendo. O seu tempo foi esse… e foi intenso. Como disse seu pai pra mim depois de você partir: “Que agora venham os 50 bilhões de anos…”

    Estenda-se infinito, mãezinha. A gente que é de axé sabe que a morte não é um fim. As fotos são dessa última semana. A primeira foi a última com a Sol, e a segunda foi a nossa última foto.”

     

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    A morte de Preta Gil

    Preta Gil morreu neste domingo (20/7), em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde estava realizando um tratamento experimental contra o câncer. Como a coluna já havia adiantado, a artista apresentou uma piora no quadro de saúde desde a última quarta-feira (16/7), e familiares e amigos próximos viajaram até os EUA para acompanhá-la.

    Fontes contaram à coluna que Preta chegou a manifestar o desejo de retornar ao Brasil ainda neste domingo, em uma UTI aérea. Pessoas próximas relataram que esse era um pedido da cantora após descobrir que o câncer havia se espalhado, mesmo com o tratamento.

    No entanto, durante uma sessão de quimioterapia, Preta passou mal e acabou falecendo dentro de uma ambulância, a caminho do aeroporto, onde embarcaria em um voo de volta ao Brasil.