O caso do adolescente de 14 anos que matou os próprios pais e o irmão caçula, de 3 anos, com o suposto apoio e sob coação da namorada de 15 anos gerou repercussão e chocou servidores da segurança pública do Rio de Janeiro e de Mato Grosso pela frieza e premeditação do crime.
Outro fato que chamou a atenção foi o momento de depoimento da jovem investigada, na Delegacia de Água Boa (MT). Abraçada a um urso de pelúcia, a adolescente de classe média foi ouvida ao lado da mãe, em uma sala especial da unidade policial.
Veja imagens das vítimas:
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Casal foi morto pelo próprio filho
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Assassinato ocorreu no Rio de Janeiro
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Postagem do pai no Facebook do adolescente
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Antônio e o adolescente apreendido. Na foto, jovem ainda era criança
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Família morta por adolescente de 14 anos
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Inaila Teixeira tinha 37 anos
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Antônio Carlos Teixeira tinha 45 anos
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Momento em que adolescente é levado até para delegacia
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Cama onde o adolescente teria matado os pais
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Em depoimentos à polícia, testemunhas descreveram a jovem, caçula de três irmãs, como uma pessoa tímida e introvertida. Ao descobrir o que havia acontecido, durante o depoimento da filha, a mãe da adolescente também ficou espantada.
Um agente de polícia relatou: “Foi preciso mostrar as conversas [da jovem com o namorado, com quem ela se relacionava virtualmente], que estavam salvas em um notebook, para que a mãe acreditasse no que a filha havia feito. Ela repetia a todo momento que a menina era ótima”.
Além disso, a adolescente não negou o crime nem chorou durante o depoimento, segundo a polícia. Com um comportamento considerado frio, ela alegou ter sido coagida pelo namorado, mas o argumento não convenceu os investigadores, diante das provas obtidas.
Relembre outros detalhes do caso
- O crime foi cometido em 21 de junho, mas os corpos dos pais do adolescente – Inaila Teixeira, de 37 anos, e Antônio Carlos Teixeira, 45 – e do irmão caçula dele, um menino de 3 anos, só foram achados na última quarta-feira (25/6).
- Um dia após o adolescente ser apreendido, na mesma data, a namorada dele foi ouvida pela Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJC-MT).
- Em depoimento, o jovem confessou ter matado a família a tiros. Os pais estavam em um sono profundo, depois de tomarem – por conta própria – um medicamento para dormir.
- Depois do assassinato, o adolescente compartilhou uma foto da família morta sobre a cama, o que sugeriu a frieza da ação, segundo a polícia. Em seguida, jogou os corpos dos parentes em uma cisterna.
- A avó do adolescente registrou um boletim de ocorrência, depois de o jovem dizer a ela que os pais tinham desaparecido após o filho mais novo do casal engolir cacos de vidro.
- Desconfiados da versão informada, policiais civis fizeram buscas na casa da família e, devido a um forte cheiro, encontraram os três corpos na cisterna. O adolescente foi detido no mesmo dia.
- Na delegacia, ele confessou que atirou na cabeça do pai, da mãe e no pescoço do irmão – morto, segundo o adolescente, para não passar pela “dor de perder os pais”.
- Os investigadores descobriram um namoro virtual entre o adolescente e uma jovem de 15 anos moradora de Mato Grosso, que ele conheceu por meio de jogos on-line. Eles se relacionavam havia seis anos, segundo ele.
- O adolescente também disse à polícia que os pais não aprovavam o namoro e que a namorada teria dado um ultimato: ele precisava ir vê-la pessoalmente.
- Porém, como a família teria impedido a viagem, o jovem resolveu matá-los.
- Durante a perícia feita na casa da família, os investigadores encontraram uma mochila pronta para viagem, com os celulares das vítimas.
- Outra linha da investigação envolve uma possível motivação financeira, pois, depois de cometer os assassinatos, o adolescente pesquisou na internet como receber o Fundo de Garantia do Tempo de Trabalho (FGTS) de uma pessoa falecida.
- O pai teria cerca de R$ 33 mil disponíveis.
- A namorada do adolescente foi detida na manhã de terça-feira (1º/7). Com ela, os policiais apreenderam o notebook usado pela jovem para conversar com o companheiro.
- Após a apreensão do casal, a polícia concluiu que os dois teriam se inspirado em um jogo virtual para planejar e cometer o crime. Além disso, a jovem chegou a comentar sobre matar a própria mãe.