O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou, nesta quarta-feira (9/7), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desconhece o Judiciário brasileiro e que está desinformado ao sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Acho que ele está mal informado, porque o presidente Lula ficou preso quase dois anos. Ninguém questionou o poder judiciário. Ninguém questionou a questão do país. É um assunto do judiciário. É um assunto interno do Poder Judiciário. Uma interferência dessas, ela não é adequada, talvez até por desconhecimento”, disse Alckmin.
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Donald Trump aplicou, nesta quarta, uma alíquota de 50% aos produtos brasileiros vendidos para os Estados Unidos. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o republicano mencionou Jair Bolsonaro e chamou as condenações contra o político brasileiro de “vergonha internacional”.
“Conheci e tratei com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, alegou Trump.
O governo brasileiro tem defendido que o Brasil é soberano em suas decisões e que não deve haver interferência exterior.
“Não aceitamos intromissão de quem quer que seja nas nossas decisões soberanas, do jeito que nós cuidamos do nosso povo e nós defendemos o multilateralismo, porque foi o sistema que depois da segunda guerra mundial que permitiu que o mundo chegasse no estado de harmonia que está sendo deformado hoje com o instrumento do extremismo”, destacou Lula durante visita de Estado do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Jair Bolsonaro é réu em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe para manutenção do ex-presidente no poder após as eleições de 2022.
O ex-presidente também foi considerado inelegível em dois casos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um deles diz respeito a abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A Corte Eleitoral julgou a conduta do ex-presidente em uma reunião com embaixadores, realizada no Palácio da Alvorada em 2022.