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    “Alexandre de Moraes é um criminoso”, diz Malafaia sobre o ministro

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    O pastor Silas Malafaia, aliado e amigo próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante entrevista ao Contexto Metrópoles nesta quarta-feira (23/7), Malafaia chamou Moraes de “criminoso” e afirmou que o magistrado “rasga a Constituição”.

    Alexandre de Moraes é um criminoso, porque rasga sucessivamente a Constituição. E cito aqui os artigos, para não dizer que é bravata: artigo 5º, inciso IV; artigo 5º, inciso XVI; artigo 5º, inciso LV; artigo 53; artigo 102; artigo 129 e os parágrafos seguintes.”

    Malafaia também questionou a inclusão do ex-presidente nas investigações sobre tentativa de golpe, afirmando que Bolsonaro não estava no Brasil à época.

    “Bolsonaro estava na América. Foi ele que convocou o povo para a frente dos quartéis? Foi ele que mandou o povo quebrar Brasília? Como é que ele é incluído num inquérito? Isso é uma farsa de pura perseguição política.”

    Última decisão de Moraes

    Em sua mais recente decisão, Moraes ampliou as restrições ao ex-presidente ao determinar que ele está proibido de divulgar, direta ou indiretamente, entrevistas por meio das redes sociais — incluindo transmissões, retransmissões, áudios, vídeos e até transcrições veiculadas por terceiros.

    O ministro alertou que o descumprimento da medida poderá resultar na prisão imediata de Bolsonaro, por tentativa de burlar decisão judicial.

    A determinação integra o inquérito que apura a suposta articulação de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sendo motivada por manifestações recentes do ex-presidente, que, segundo Moraes, ultrapassaram os limites do discurso político e configuram “ousadia criminosa”.

    A medida soma-se a outras já impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com investigados e com representações diplomáticas.

    Veja momento:

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    Influência de Eduardo Bolsonaro

    A escalada das medidas cautelares contra o ex-mandatário tem como pano de fundo a atuação direta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como peça central na tentativa de articulação internacional contra o Supremo Tribunal Federal e outras instituições brasileiras.

    Segundo as investigações, Eduardo atuou nos bastidores, a partir dos Estados Unidos, para mobilizar pressão estrangeira sobre o STF.

    Eduardo afirma que é um dos responsáveis pelas conversas com a Casa Branca que geraram as tarifas de 50% impostas pelo governo norte-americano às importações brasileiras.

    Ao comentar as investigações que envolvem Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o pastor sugeriu que ambos são vítimas de injustiça.

    “No primeiro momento, o pau cantou em cima do Bolsonaro, em cima do Eduardo, tudo quebrou em cima deles. Mas agora o povo está tomando consciência. Quer dizer então que o Eduardo Bolsonaro e o Bolsonaro são culpados de ordens a plataformas americanas, ilegais, imorais e secretas?”

    6 imagensMalafaia é líder no segmento evangélico e conservadorSTF prepara um "antítodo" contra uma manobra articulada por aliados de Eduardo BolsonaroAlexandre de MoraesFechar modal.1 de 6

    Silas Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista

    Reprodução/Youtube2 de 6

    Malafaia é líder no segmento evangélico e conservador

    Isabella Finholdt/Especial Metrópoles3 de 6

    Hugo Barreto/Metrópoles
    @hugobarretophoto4 de 6

    Hugo Barreto/Metrópoles
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    STF prepara um “antítodo” contra uma manobra articulada por aliados de Eduardo Bolsonaro

    Hugo Barreto/Metrópoles6 de 6

    Alexandre de Moraes

    Hugo Barreto/Metrópoles

    Aliado, mas independente

    Por fim, Malafaia destacou sua lealdade ao ex-presidente, mas fez questão de afirmar sua independência: “Sou aliado de Bolsonaro. Mas eu tenho voo próprio. Falo com ele coisas que ninguém é capaz de falar — e por isso ele me considera um amigo. Eu sou a favor do Brasil acima de tudo, da justiça acima de tudo — e não de perseguição política, vergonhosa e absurda”.