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    Aliado de Bolsonaro comemora editorial favorável em jornalão dos EUA

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    O tradicional jornal Wall Street Journal, fundado em 1889, publicou editorial sobre o caso de Filipe Martins. O ex-assessor de Jair Bolsonaro é investigado no inquérito que apura o suposto plano de golpe de Estado em 2022. De acordo com a publicação, a investigação brasileira expôs a falsificação de documentos de entrada de Martins em solo norte-americano em dezembro de 2022, revelando uma falha na segurança interna dos Estados Unidos.

    Segundo o WSJ, a falsificação tornou-se um problema para a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, que prometeu, em janeiro, “uma limpeza geral na Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA”. “Seis meses depois, ela ainda não explicou o mistério dos registros falsos de viagem no CBP Orlando”, aponta o jornal.

    3 imagensFilipe Martins é acusado de ajudar em plano de golpe de Estado em 2022Filipe Martins cumprimenta Donald Trump na Casa Branca ao lado de Eduardo BolsonaroFechar modal.1 de 3

    Alexandre de Moraes decretou prisão de Filipe Martins

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    Filipe Martins é acusado de ajudar em plano de golpe de Estado em 2022

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    Filipe Martins cumprimenta Donald Trump na Casa Branca ao lado de Eduardo Bolsonaro

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    “Algo parece estar errado no escritório da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA em Orlando, Flórida, onde um documento de entrada falso nos EUA de um assessor do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi publicado em seu site oficial não uma, mas duas vezes desde 2024”, observa o Wall Street Journal.

    O editorial se refere ao surgimento de um novo registro de entrada de Martins nos Estados Unidos na data em que Jair Bolsonaro deixou o Brasil, antes da posse de Lula, no dia 1º de janeiro de 2023. O primeiro registro, usado inicialmente pela Polícia Federal, havia desaparecido do sistema norte-americano.

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    A defesa de Martins, no entanto, apresentou documentos que teriam mostrado que o ex-assessor estava no Brasil na data indicada. Dados de celular, recibos de cartão de crédito e a lista de passageiros de um voo comercial que Filipe Martins pegou no Brasil em 31 de dezembro de 2022 comprovam que ele não poderia ter entrado nos EUA na noite de 30 de dezembro de 2022, como a CBP Orlando alegou pela primeira vez em março de 2024, disse o WSJ.

    “Quando esses fatos foram levados ao conhecimento do Departamento de Segurança Interna, este concordou que o Sr. Martins não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Em junho de 2024, o Departamento removeu um registro de entrada incorreto. Este mês, ele reapareceu repentinamente no site da CBP Orlando”, lembrou o editorial.

    “STF politizado”

    O jornal afirma ainda que o registro falso de entrada teria motivado a prisão de Martins e acusou o Supremo Tribunal Federal de estar “politizado”. “Martins deveria estar em liberdade enquanto prepara sua defesa. A deterioração da democracia brasileira é preocupante. Mas a ameaça tarifária não comoveu Lula nem o politizado Supremo Tribunal Federal”, afirmou a publicação.

    O WSJ também fez referência à tarifa de 50% imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros comprados pelo país. A taxa foi usada para pressionar Lula e o STF a interromper a alegada “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro e aliados. A medida não surtiu o efeito esperado e hoje Bolsonaro é monitorado por uma tornozeleira eletrônica, colocada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, por atentado à soberania nacional ao negociar a taxação com os EUA.