Uma aluna de apenas 11 anos da rede pública de ensino do Distrito Federal sofreu uma sequência de ataques racistas cometidos por outras estudantes, da mesma escola, nessa quarta-feira (2/7). O caso é investigado pela Polícia Civil (PCDF) e tratado como gravíssimo pela Secretaria de Educação.
Tão cruéis quanto violentas, as investidas provocaram sintomas graves na criança, que teve uma forte crise de ansiedade e ataque de pânico. Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisaram ir até o colégio, no Riacho Fundo II, para atender a menina.
A coluna apurou que a três alunas, entre 12 e 14 anos, passaram a atacar a estudante, sempre fazendo humilhações relacionadas ao cabelo dela. Segundo a irmã da vítima, que terá o nome preservado, as garotas procuravam atingir a autoestima da vítima: “Elas acabaram com o amor próprio da minha irmã sempre a chamando de ‘cabelo de bucha’, ‘cabelo de pica’ e de preta nojenta”, disse.
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Investigação e punição
À coluna, a irmã da menina atacada revelou, ainda, que a vítima sofreu ameaças de espancamento por ter denunciado o caso à direção da escola. “Os pais delas foram chamados, o que provocou a ira da aluna mais velha, de 14 anos. Ela afirmou que se vingaria e chamaria outras garotas para espancar a minha irmã na saída da aula”, afirmou.
Ao saber do caso, a Secretaria de Educação confirmou os ataques à aluna e decidiu transferir todas as estudantes envolvidas para outras unidades. A aluna que sofreu as agressões foi acolhida e a família dela escolheu trocá-la de colégio. A corregedoria da pasta também abriu sindicância para apurar se houve negligência por parte da direção da unidade educacional.
Servidores da SEE ainda acompanharam a família da menina até a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA II) onde foi registrada ocorrência de ato infracional análogo a injúria racial e ameaça. O caso segue em apuração na PCDF.