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    Após criticar Lula, Tarcísio prega união contra tarifaço: “Mãos dadas”

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    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou neste sábado (12/7) que o tarifaço anunciado pelo presidente americano Donald Trump é “algo complicado” para o Brasil e pregou “união de esforços” para resolver o problema.

    “O momento demanda união de esforços e sinergia, porque é algo complicado para o Brasil e para alguns segmentos da nossa indústria, do nosso agronegócio. A gente precisa estar de mãos dadas agora para resolver. Deixar a questão política de lado e vamos tentar resolver essa questão”, afirmou em agenda em Cerquilho, no interior do estado.

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    Na última quarta-feira (9/7), Tarcísio fez um post culpando a diplomacia do governo Lula pela crise. A postagem foi feita horas depois do anúncio da sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros, em que Trump cita diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado como um dos motivos da medida.

    “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, escreveu o governador, que é cotado para disputar a Presidência contra o petista em 2026.

    A postura gerou inúmeras críticas a Tarcísio por parte da base aliada do governo Lula, que interpretou os gestos do governador como de subserviência e “vira-latismo”. O mandatário paulista foi um dos principais alvos, ao lado de Trump, do ato realizado por movimentos sociais na última quinta-feira (10/7), na Avenida Paulista.

    Conversa com embaixada

    • Neste sábado, Tarcísio disse que quem tem competência para fazer a negociação com os EUA sobre o tema é a diplomacia brasileira e que conversou com o encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil para “sensibilizar e mostrar qual é a situação de São Paulo”.
    • “A diplomacia brasileira, ao longo dos anos, sempre se saiu muito bem. A gente, obviamente, está tentando nutrir a embaixada dos Estados Unidos de mais informações”, disse o governador, citando dados para mostrar o impacto das tarifas para o comércio de São Paulo com os americanos.
    • “O que a gente procura mostrar é o cenário da economia paulista, quais são os números para fortalecer tomadas de decisão”, afirmou.
    • A reunião de Tarcísio com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, em Brasília, irritou parte dos bolsonaristas que defendem que a anistia ao ex-presidente e seus apoiadores deve ser colocada como a base de negociação pelo fim do tarifaço.
    • Questionado neste sábado, o governador afirmou que isso é “uma questão de ponto de vista” e que ele deve “olhar o Estado de São Paulo”.
    • “Eu sou governador do estado, existem interesses que precisam ser preservados, interesses das nossas empresas, dos nossos produtores, e é isso que a gente tem que botar em primeiro lugar. Eu estou falando de empregos, estou falando de pais de família. Então, neste momento, é a defesa que eu estou fazendo”, justificou.