Documentos encontrados pela Polícia Federal (PF) no celular de Serguei Cherkasov, preso por suspeita de ser um espião russo, mostram como ele informava seus superiores do governo russo sobre sua atuação no Brasil e em outros países.
Cherkasov está preso no Brasil desde 2022, quando tentou utilizar documentos brasileiros falsos para conseguir uma vaga de emprego Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda. Ele se valia de uma identidade em nome de Victor Muller Ferreira.
Como mostrou o Metrópoles, o Ministério Público Federal arquivou a investigação sobre espionagem contra Tcherkasov, mas manteve a apuração de lavagem de dinheiro.
Leia também
-
MPF arquiva inquérito por espionagem contra russo cobiçado pelo PCC
-
Rússia e EUA tentaram extradição de espião russo preso no Brasil
-
Ameaçado pelo PCC, espião russo ficará detido até fim de 2025
Quebras de sigilo bancários e documentos encontrados no celular do russo, segundo o MPF, mostram como ele recebia dinheiro de funcionários do governo russo aqui no Brasil e como se dava a comunicação entre o espião e seus superiores.
Parte das anotações encontradas no celular, mostra como o russo informava seus superiores sobre suas ações para conseguir a vaga no Tribunal Penal Internacional.
Prints de documento que trata de espião russo preso no Brasil
“Passei as verificações de segurança do TPI – Tribunal Penal Internacional – e fui aceito no cargo de Analista Júnior da Seção de Exame Preliminar pelo período de 6 meses, sem salário. O TPI justifica dizendo que eles vão me ensinar durante este período”, diz ele no documento encontrado no celular.
Para o MPF, as anotações indicam que o russo buscava a cidadania portuguesa para conseguir transitar com maior facilidade na União Europeia.
Prints de documento que trata de espião russo preso no Brasil
“Nossos documentos para a cidadania estão 80% completos e prontos para a solicitação para a Secretaria de Naturalização em Portugal”, diz trecho da anotação.
Com esse objetivo, ele chegou a comprar um imóvel no Brasil para comprovar sua residência.
O imóvel foi adquirido e, para isso, ele solicitou aos seus superiores o envio de recursos financeiros e recebeu US$ 35 mil por meio de criptoativos.
“Por favor, lembre-se que aqui na América do Sul fraude e lavagem de dinheiro é muito comum, portanto, encontrar uma pessoa que concordaria em tomar essa quantidade de dinheiro em moeda estrangeira não é fácil”, disse ele sobre os valores a serem enviados.
4 imagens
Fechar modal.
1 de 4
Funcionários consulares da Rússia no Brasil que efetuaram os depósitos
Reprodução2 de 4
Prints de documento que trata de espião russo preso no Brasil
Reprodução3 de 4
Prints de documento que trata de espião russo preso no Brasil
Reprodução4 de 4
Prints de documento que trata de espião russo preso no Brasil
Reprodução