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    Austríaco diz ter fundado país onde guarda 300 toneladas de ouro

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    Um país em águas internacionais, próximo à costa brasileira, sem leis e sem autoridades, com direção até a perdida Atlântida. Essa é a história do austríaco naturalizado brasileiro Werner Rydl, 67, que afirma ter fundado a própria Nação com negócios no alto mercado de luxo.

    Em uma casa alugada à beira de uma praia no Rio Grande do Norte, Rydl conta que para chegar até a ilha fictícia mencionada nas obras Timeu e Crítias do filósofo grego Platão basta navegar por cerca de sete horas no oceano até o local, onde diz guardar um tesouro colossal: mais 300 toneladas de ouro.

    A suposta Atlântida, cuja chave está sob custódia apenas do austríaco, estaria localizada entre 40 e 60 metros de profundidade, na região de Seagarland. Ocorre, porém, que a região não consta no mapa, de acordo com reportagem da GQ Brasil.

    As coordenadas informadas por Rydl levam a um trecho de águas internacionais na Foz do Amazonas, em uma área formada há milhares de anos. “É um território livre: livre de jurisdição, livre de impostos e, principalmente, livre das autoridades que chama ‘de corruptas’, seja no Brasil ou na Áustria natal.”

    O austríaco escolheu guardar o montante em alto-mar por considerar uma questão de segurança patrimonial cuja única supervisão é feita pelos seres marinhos do litoral brasileiro.

    Para acessar sua fortuna, conta ter equipamentos similares a submarinos, que submergem até plataformas onde as toneladas de ouro são armazenadas em plataformas subaquáticas.

    “Os detalhes do funcionamento do equipamento não são claros. Nem ele parece inclinado a esclarecer muita coisa, talvez por questões de segurança, talvez por não ter uma história mais completa”, explica a reportagem.

    Vida turbulenta

    Tendo o ouro como base de sua vida, Rydl passou a investir seu dinheiro em joias no início dos anos 90, prestes a ser preso por um esquema de sonegação na Áustria. Para escapar do sistema que considera “corrupto”, derreteu o material e o guardou em sua Atlântida.

    No Brasil, relata ter feito negócios com empresários por ele denominados de “isentos” e listados em seu site Seagarland.

    Questionado sobre a legalidade do seu comércio, explicou que as provas estavam em um CD que teria sido apreendido pela Polícia Federal quando foi preso pela primeira vez, em 2006, e extraditado para a Áustria. Em 2013, na volta ao Brasil, disse que os arquivos com as notas fiscais foram destruídos.

    No mesmo ano teve parte de seu ouro detido em Cuiabá, quando foi preso com uma barra  com cerca de 6 quilos sem comprovação de origem. À época, o advogado dele chamou o metal de “amuleto” da sorte e deu uma declaração peculiar à imprensa: “Ele é excêntrico”.