Há muitas formas de proporcionar prazer para sua parceria. Além dos métodos convencionais, explorar o que pode ser tabu para algumas pessoas ajuda a aproximar o casal e a abrir novas fronteiras de prazer, como o beijo grego. Para ajudar a quebrar a timidez e garantir uma experiência prazerosa, a Pouca Vergonha conversou com Victor Souza.
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O especialista em atendimento da população LGBT+ e em temas de sexualidade aponta que o “beijo grego” ou “cunete”, termos populares para a estimulação anal-oral, é uma prática sexual que envolve o contato da boca com o ânus do(a) parceiro(a).
“Apesar de ser um tabu para muitos, é uma forma de intimidade que pode proporcionar prazer significativo, sendo praticada por pessoas de todas as orientações sexuais e identidades de gênero”, comenta.
Beijo grego pode variar em intensidade e técnica
Victor destaca que o beijo grego consiste na utilização da boca, língua e lábios para estimular a região anal. A prática pode variar em intensidade e técnica, desde toques leves até movimentos mais profundos e ritmados com a língua. “Para muitos, a zona anal é uma área erógena rica em terminações nervosas, o que a torna uma fonte potencial de prazer intenso”, salienta.
Para praticá-lo da melhor forma, a comunicação e o consentimento são fundamentais. “É crucial que ambos os parceiros estejam confortáveis e excitados com a ideia. A higiene é outro ponto essencial: a lavagem cuidadosa da região anal com água e sabão neutro antes da prática é indispensável para minimizar riscos e aumentar o conforto.”
Durante o ato, a utilização de barreiras de látex ou camisinhas abertas pode reduzir significativamente a transmissão de infecções, como veremos a seguir, prossegue o profissional.
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Além disso, Victor sugere explorar gradualmente, prestando atenção às reações do(a) parceiro(a) e adaptando a intensidade e os movimentos, contribui para uma experiência mais prazerosa e segura.
Há diferenças para homens e mulheres?
O profissional destaca que, anatomicamente, a prática do beijo grego não difere entre homens e mulheres. “O prazer derivado da estimulação anal é universal e depende mais das preferências individuais e da sensibilidade da região”, conta.
Na visão do profissional, a experiência pode ser igualmente prazerosa para homens, mulheres, pessoas trans e não-binárias, “sendo determinada pela subjetividade e experiências prévias de cada um.”
Quebrando os tabus
O psicólogo especialista em saúde mental da comunidade LGBT+ destaca que “em relacionamentos homoafetivos, por exemplo, o anilingus pode ser uma forma de intimidade e prazer tão presente quanto em relacionamentos heterossexuais.”
Ele destaca, ainda, que a sexualidade humana é diversa e complexa, e a prática do beijo grego, assim como outras formas de expressão sexual, não deve ser motivo de estigma ou preconceito.
Victor defende que o beijo grego é uma prática sexual que, quando realizada com informação, consentimento, higiene e proteção, pode ser uma fonte de prazer e intimidade.
Prevenção: saúde em primeiro lugar
Apesar de ser prazerosa para muitos, o beijo grego, como qualquer prática sexual, envolve riscos à saúde se as devidas precauções não forem tomadas.
“A região anal e o trato gastrointestinal abrigam diversas bactérias e vírus que podem ser transmitidos para a boca e a garganta”, alerta.
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Por isso, confira as medidas e prevenção essenciais:
- Higiene rigorosa: lave bem a região anal com água e sabão neutro antes da prática. Evite o uso de duchas vaginais ou anais excessivas, que podem desequilibrar a flora bacteriana natural e irritar a mucosa.
- Barreiras de proteção: o uso de barreiras de látex ou camisinhas abertas (cortadas em formato quadrado) entre a boca e o ânus é a medida mais eficaz para prevenir a transmissão de ISTs e outras doenças.
- Evitar o contato com feridas: não pratique o beijo grego se houver feridas, cortes, fissuras anais, hemorroidas sangrando ou úlceras na boca ou na região anal.
- Não compartilhar brinquedos sexuais: se utilizar brinquedos sexuais, evite compartilhá-los sem a devida higienização e proteção (camisinha).
- Testagem regular para ISTs: a realização de testes regulares para ISTs é fundamental, especialmente para aqueles que têm múltiplos parceiros ou praticam sexo desprotegido. O conhecimento do próprio status sorológico e o dos parceiros contribui para a segurança de todos.
- Vacinação: a vacinação contra a hepatite A e B e o HPV é uma importante medida preventiva. As vacinas estão disponíveis na rede pública.