Há mais de duas décadas colorindo as ruas da capital francesa, o Carnaval Tropical de Paris voltou a encantar o público neste domingo (6/7), com um desfile vibrante na icônica Avenida Champs-Élysées. O tema deste ano foi Amazônias, trazendo ao público presente a diversidade cultural que engloba a floresta e a urgência das questões ambientais, em plena temporada de verão europeu.
Cerca de 20 grupos participaram do tradicional concurso carnavalesco, inspirado nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Comunidades das Índias Ocidentais, Guiana Francesa, América Latina e Caribe se uniram para celebrar a mistura de culturas e reafirmar a importância da preservação ambiental.
A escolha do tema também destaca o papel da Guiana Francesa, território ultramarino francês que compartilha com o Brasil uma vasta área de floresta amazônica. Segundo Joby Garnier, diretor do Carnaval Tropical, a proposta é unir festa e consciência.
“Há 25 anos começamos esse carnaval em Paris com o apoio da prefeita e de muitos amigos. Hoje, celebramos o Ano do Brasil na França diante do Grand Palais e do Petit Palais. A Amazônia é a Guiana, é o Brasil, é tudo isso. Queremos que todas as diásporas participem. Chamamos de carnaval tropical porque é de todos os trópicos — e os parisienses também devem fazer parte disso”, disse.
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Além da celebração, Garnier reforça o papel educativo do evento. “Vivemos em um mundo que precisa falar de ecologia. Não podemos oferecer nada sem conscientizar sobre o planeta. Já desperdiçamos tudo o que podíamos e agora precisamos consertar. Esse planeta nos pertence. São pequenos gestos de grupo como a escolha dos figurinos e a abordagem do aquecimento global que fazem a diferença. Fazer carnaval não significa ignorar os problemas. É um problema de todos nós”, afirma o diretor.
Nesse contexto, os grupos carnavalescos optaram por materiais sintéticos e reutilizáveis na confecção das fantasias, como explicou o carnavalesco Marcelo Oliveira, da escola de carnaval G.R.E.S Azulinha, a segunda a desfilar na avenida.
“Eu venho do Rio de Janeiro todos os anos desde 2022 para trazer nossa cultura nesta grande avenida Champs-Élysées, na cidade de Paris. A gente está usando muitas penas artificiais, para proteção dos animais, o que a gente chama de penas fakes”, destacou o artista.
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