A reunião de líderes da Câmara dos Deputados desta terça-feira (8/7) foi marcada por um momento em que lideranças partidárias prestaram solidariedade ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que é alvo de críticas e ataques nas redes sociais. Governistas que estavam no encontro aproveitaram o momento para reafirmar a defesa do debate da regulação das redes sociais.
O presidente da Câmara tornou-se alvo direto de críticas e menções negativas nas redes após a crise evidenciada entre os poderes Executivo e Legislativo, nas últimas semanas. Segundo pesquisa Quaest divulgada, Motta passou a ser visto como um símbolo do chamado “Congresso da Mamata”, termo que viralizou e integra a lista dos tópicos mais comentados há vários dias.
O próprio Motta tem sido retratado e ironizado em vídeos criados por inteligência artificial.
Durante a reunião, a oposição buscou sugerir que o movimento veio do governo Lula, e que o presidente da Câmara precisava reagir com ataques ao Planalto. Já os governistas negaram que tenha um movimento coordenado pelo Executivo, e pontuaram que a regulação das redes precisa ser um tema enfrentado pelo Congresso.
Segundo apurou o Metrópoles, líderes argumentaram a Motta que atualmente ele é alvo, mas no futuro podem ser todos os políticos, principalmente durante as campanhas eleitorais.
Sob reserva, após a reunião, um líder partidário afirmou que não se tem como punir ou responsabilizar ninguém de forma efetiva por vídeos que circulam, porque não existe legislação de responsabilização das redes sociais sobre o que é publicado e compartilhado nas plataformas.
De acordo com os presentes, Motta ouviu tudo o que foi falado mas não comentou nada sobre o assunto, nem para a oposição, nem para os governistas, deixando sem clareza qual será sua reação ao momento de desgaste que atravessa.
Início da crise na relação do Congresso e o governo
A crise na relação de Motta e o Planalto começou quando o governo foi surpreendido com a inclusão da derrubada do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na pauta da Câmara.
Depois, deputados e senadores votaram pela derrubada e o caso foi judicializado. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado relator e derrubou as decisões do governo e do Congresso. Moraes marcou uma audiência de conciliação para 15 de julho, a fim de debater uma saída para o tema.