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    Com tropas fragilizadas, Putin libera estrangeiros no exército russo

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    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou nesta segunda-feira (7/7), uma nova lei que permite o alistamento de estrangeiros nas Forças Armadas do país. Tal medida é vista como uma tentativa de recompor o efetivo militar em meio à prolongada guerra contra a Ucrânia, que completou três anos em fevereiro deste ano.

    A legislação altera atos normativos relacionados ao serviço militar, à defesa nacional e ao status do pessoal das Forças Armadas. A nova norma permite que cidadãos sem nacionalidade russa assinem contratos para servir no Exército até o fim do período de mobilização, o término da lei marcial ou o encerramento do conflito.

    O Kremlin justificou a nova lei, expondo a necessidade de “adotar medidas adicionais urgentes para reequipar as Forças Armadas da Federação Russa”.

    A lei entra em vigor a partir da data de sua publicação oficial.

    Atualizações da guerra

    • A Rússia tem ampliado sua presença militar no leste da Ucrânia. O avanço é sustentado por brigadas móveis e uso tático de guerra eletrônica — o constante uso de drones.
    • A guerra tem se tornado cada vez mais tecnológica. A Rússia tem utilizado motocicletas e drones em táticas móveis, enquanto a Ucrânia aposta em ataques de longo alcance com veículos aéreos não tripulados. Em junho, a operação Teia de Aranha destruiu aviões militares russos em solo.
    • O governo Trump suspendeu temporariamente o envio de sistemas de defesa para os ucranianos. A justificativa foi proteger os estoques norte-americanos.
    • Trump conversou com Putin na última quinta-feira (3/7)  e, no dia seguinte, falou por telefone com Volodymyr Zelensky. O norte-americano declarou estar “decepcionado” com a posição do líder russo, que rejeitou pedidos por cessar-fogo.
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    Reforço estrangeiro

    Na prática, a medida abre espaço para o uso mais amplo de combatentes estrangeiros, incluindo mercenários.

    Relatórios de inteligência dos Estados Unidos indicaram que mais de 100 cidadãos chineses estariam atuando ao lado das tropas russas, embora sem vínculo direto com o governo chinês.

    Em abril, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que havia sido informado sobre a presença de ao menos 155 chineses lutando ao lado dos russos.

    A Coreia do Norte também tem desempenhado papel direto no envio de soldados. Segundo o governo da Coreia do Sul, milhares de militares norte-coreanos foram enviados à Rússia em 2024, e há previsão de novas remessas.

    Do lado ucraniano, o recrutamento de estrangeiros também é uma estratégia utilizada desde os primeiros meses do conflito. O país já publicou inclusive anúncios em português para atrair voluntários internacionais à Legião Estrangeira Ucraniana.

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    A fragilidade das tropas russas

    Com a aprovação da nova legislação russa, o governo russo começa a expor e confirmar as análises de que existe uma crescente dificuldade do Kremlin em manter o contingente necessário na frente de batalha.

    Com baixas acumuladas durante esses três anos de conflito, a Rússia busca caminhos para manter sua capacidade ofensiva.