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    Companhia dos EUA com 74 jatos encomendados da Embraer contesta tarifa

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    O CEO da Skywest, Chip Childs, companhia aérea que tem 74 jatos encomendados da Embraer até 2032, afirmou que a empresa norte-americana “não está disposta a pagar uma tarifa de 50% sobre as entregas de novas aeronaves”.

    “Temos a sensação de que as pessoas estão entendendo a importância disso para pequenas comunidades nos Estados Unidos, o impacto econômico disso para o nosso país. Então, veja, vamos continuar lutando arduamente para avançar na questão tarifária”, disse Childs.

    Caso o Brasil não negocie com os EUA, a tarifa de 50% aplicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA passará a valer a partir desta sexta-feira (1º/8). O governo Lula afirma que busca diálogo, sem sucesso. A Embraer, no entanto, diz estar confiante com um acordo entre Brasil e EUA.

    A fala do CEO da Skywest foi feita em uma conferência de imprensa na última semana, quando a companhia apresentou o balanço financeiro do 2° trimestre. Durante o encontro, Childs destacou a boa relação com a Embraer.

    No entanto, Wade Steele, diretor comercial, na mesma reunião, admitiu a possibilidade de adiar entregas.

    “Se a tarifa de 50% com o Brasil for implementada, planejamos trabalhar com nossos principais parceiros e a Embraer para adiar a entrega até que a situação tarifária seja resolvida”, apontou Steele.

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    A Embraer tem como principal mercado consumidor os EUA, que são responsáveis por 45% das vendas de jatos comerciais e 70% das de jatos executivos da fabricante brasileira.

    Em termos de aviação comercial, 52,4% dos jatos que já estão na carteira de pedidos atualizada da Embraer são para seis clientes americanos com 229 aviões sob encomenda.

    Número de jatos comerciais da Embraer que estão encomendados para os EUA:

    • American Airlines: 90
    • SkyWest: 74
    • Republic Airlines 35
    • Azorra: 18
    • Aircastle 9
    • Horizon Air/Alaska: 3

    De acordo com estimativas da Embraer, caso a tarifa de Trump se confirme em 50%, a empresa terá um custo adicional de R$ 50 milhões por avião. O CEO, Francisco Gomes Neto, disse que “dificilmente uma companhia vá pagar uma quantia desse montante”.

    “A Embraer está ativamente engajada com as autoridades buscando restaurar a alíquota zero para o setor aeronáutico e continuamos confiantes de que os governos brasileiro e dos EUA chegarão a um acordo satisfatório para ambos os países, retomando a isenção de tarifas para o setor aeronáutico”, afirmou a empresa em nota divulgada nesta segunda-feira (28/7).

    A empresa destaca que o tarifaço pode causar cancelamentos de pedidos, adiamento de entregas, corte de investimentos e até demissões em níveis parecidos com os registrados durante a pandemia de Covid-19. Quando, cerca de 2,5 mil funcionários foram dispensados da companhia.