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“Comparado ao Césio-137”, diz chefe no ICMBio sobre tragédia em lixão

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“Comparado ao Césio-137”, diz chefe no ICMBio sobre tragédia em lixão

Quase um mês depois de uma montanha de lixo desabar no lixão Ouro Verde, localizado em Padre Bernardo (GO), no Entorno do Distrito Federal, os danos ambientais causados pela tragédia ainda são incalculáveis. Em entrevista ao Metrópoles, o chefe da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio Descoberto, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fábio Miranda, comparou o acontecido com o caso do Césio 137.

“A gente fica até na dúvida, em questão dos danos ambientais, do que foi pior: o Césio 137 ou esse caso de Ouro Verde. Está contaminando muito o solo e, consequentemente, o lençol freático e as raízes da vegetação”, explicou Fábio.

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Segundo ele, pode demorar dezenas de anos até que a contaminação seja revertida. “Do ponto de vista ambiental, tem contaminação ali que vai demorar dezenas de anos para ser revertida. No solo, por exemplo, tem diferentes poluentes, é até difícil dizer exatamente quais são”. Fábio cita que um dos componentes encontrados no solo é o mércurio.

Relembre caso do lixão

 

Como chefe da APA em que o lixão foi instalado, Fábio e outros servidores do ICMBio, do Governo de Goiás e de outros órgãos fizeram diversas visitas ao local. Os relatos são de que não havia controle do que entrava como resíduo.

“Como ele [o lixão] funcionava de maneira precária, recebia qualquer tipo de produto, inclusive lixos hospitalares. Nós chegamos a andar sobre seringas”, contou Fábio.

O que tem sido feito

O desabamento da montanha de lixo ocorreu em 18 de julho. Em 7 de julho, a empresa proprietária do lixão afirmou que vai agir para controlar e reduzir os danos ambientais causados pelo desmoronamento.

A Secretaria do Meio Ambiente de Goiás (Semad) encaminhou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para, segundo a pasta, “garantir que compromissos e prazos sejam devidamente cumpridos”. O documento está com a responsável pelo empreendimento para ser assinado.

No início do mês, os órgãos competentes começaram uma ação de transposição da água do córrego Santa Bárbara, micro-bacia da região.

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Um dos trabalhadores dos locais juntamente aos resíduos no fundo

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Escavadeira realizando o transporte dos resíduos

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Britas resultante do processo de reciclagem

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Morros dos resíduos não recicláveis

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A Justiça determinou o fechamento completo do Lixão da Estrutural

Hugo Barreto/Metrópoles
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Localizado a menos de 14 quilômetros do centro de Brasília, o Lixo ocupa uma área com imenso potencial urbano

Hugo Barreto/Metrópoles
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Segundo especialistas, não há risco de desabamento, mas é urgente o fechamento seguro do local

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Reprodução/Governo do Goiás14 de 14

Avalanche de lixo no Entorno do DF reacende alerta para fechamento do Lixão da Estrutural

Hugo Barreto/Metrópoles
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A operação visa evitar a contaminação da água pelos resíduos que desabaram do Aterro Ouro Verde. São aproximadamente 40 mil toneladas de lixo acumulado, incluindo resíduos hospitalares.

O isolamento dos resíduos da água foi um evento emergencial já que o montante dos lixos começou a juntar muita água, o que poderia ocasionar o deslocamento dos materiais pela água até a Usina Hidrelétrica Serra da Mesa. Além disso, a água do córrego abastece moradores locais, seja para consumo próprio ou até mesmo para situações de plantio e cultivo de alimentos.

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