O corpo de Juliana Marins, de 26 anos, chegou ao Rio de Janeiro na noite desta terça-feira (1º/7), após uma operação de translado que envolveu a Força Aérea Brasileira (FAB). A jovem morreu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. O avião da FAB pousou na Base Aérea do Galeão às 19h40, trazendo o corpo de São Paulo, onde havia desembarcado horas antes em um voo da companhia Emirates.
Após a chegada à capital fluminense, o corpo será encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, onde será realizada uma nova autópsia na manhã desta quarta-feira (2/7). O procedimento acontece por determinação da Justiça Federal e deverá contar com a presença de um representante da família e de um perito da Polícia Federal.
A realização da nova necropsia foi viabilizada por um acordo entre a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e o governo do estado do Rio de Janeiro. A intenção da família é esclarecer o horário exato da morte e averiguar se houve possível omissão no socorro por parte das autoridades indonésias.
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Brasileira caiu em um penhasco durante trilha na última sexta-feira (20/6)
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“A certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil, em Jacarta, se baseou em autópsia realizada pelas autoridades indonésias, mas não trouxe informações conclusivas sobre o momento exato do falecimento”, informou a DPU em nota.
O pedido para a nova perícia foi encaminhado pela DPU à Justiça Federal e acatado durante audiência realizada na tarde desta terça-feira pela 7ª Vara Federal de Niterói. Segundo a defensora pública federal Taísa Bittencourt, o novo exame é essencial para garantir a preservação de elementos que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos.
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Por que uma nova autópsia será feita
A nova autópsia foi solicitada pela família da vítima, representada pela DPU, que apontou inconsistências no atestado de óbito emitido pela Embaixada do Brasil em Jacarta. O documento se baseou em informações da autópsia feita pelas autoridades indonésias, mas não esclareceu com precisão o momento da morte de Juliana.
A principal dúvida gira em torno da possibilidade de omissão de socorro. Imagens de drones de turistas indicam que Juliana poderia ter sobrevivido por mais tempo após a queda durante a trilha.
A família acredita que ela tenha resistido por dias aguardando o resgate — hipótese que não foi confirmada pela necropsia feita na Indonésia. A depender dos resultados do novo exame, autoridades brasileiras poderão investigar eventuais responsabilidades civis ou criminais.
O que disse a primeira autópsia
A primeira autópsia no corpo de Juliana Marins foi realizada em um hospital na ilha de Bali, na Indonésia, logo após a remoção do corpo do Parque Nacional do Monte Rinjani, na última quarta-feira (25/6). O procedimento foi conduzido na quinta-feira (26/6), e os resultados foram divulgados em uma entrevista coletiva no dia seguinte (27/6).
Segundo o médico-legista responsável, Ida Bagus Putu Alit, Juliana morreu em decorrência de múltiplas fraturas e lesões internas provocadas por um forte impacto.
“Os indícios mostram que a morte foi quase imediata. Por quê? Devido à extensão dos ferimentos, fraturas múltiplas, lesões internas — praticamente em todo o corpo, incluindo órgãos internos do tórax. [Ela sobreviveu por] menos de 20 minutos”, afirmou ele. O legista também descartou a possibilidade de hipotermia.