Portal Estado do Acre Notícias

Da favela ao luxo: tesoureiro do PCC preso faturava R$ 150 mil por dia

da-favela-ao-luxo:-tesoureiro-do-pcc-preso-faturava-r$-150-mil-por-dia

Da favela ao luxo: tesoureiro do PCC preso faturava R$ 150 mil por dia

Alex Amaro de Oliveira, de 40 anos, conhecido como Barba e apontado como tesoureiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), saiu da Favela da Felicidade, na zona sul de São Paulo, onde comandava o tráfico local e, em poucos meses, passou a viver em um apartamento de luxo no Morumbi, na mesma região.

Ele é acusado de liderar os repasses de faturamento de biqueiras da Baixada Santista, do ABC e da capital do estado para contas vinculadas à facção.

Por gerir as movimentações financeiras do tráfico de drogas para o PCC, Barba faturava aproximadamente R$ 150 mil por dia, por três biqueiras, até ser preso pela Polícia Civil na última quarta (25/6).

As informações foram confirmadas ao Metrópoles por Leonardo Rivau, delegado titular da 2ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos, no litoral paulista. A unidade é responsável pela investigação que prendeu o suspeito.

“Dentre as anotações que nós apreendemos, tinha muita folha de papel manuscrita e ali nós pudemos identificar pelo menos três pontos de tráfico de drogas, que eles chamam de lojas, e que ele recebeu do PCC”, disse Rivau.

Usando a analogia de uma empresa com franquias, é como se Barba recebesse três franquias “para explorar” seus faturamentos, em forma de pagamento pelo trabalho prestado. Todas as biqueiras ficam na região da Favela da Felicidade, na cidade de São Paulo.

“Então, ele tinha três lojas do PCC, três pontos de tráfico da facção. Cada um fazia um faturamento e, pelo que a gente viu de anotação, [era] entre R$ 40 mil e R$ 50 mil por dia”, estimou o delegado.

Barba chegou nesta posição há pouco tempo, depois de substituir o último tesoureiro da facção paulista, o Alexsandro Roberto Ferreira, conhecido como Palito e morto no início de novembro do ano passado.

Leia também

Vida luxuosa

Considerando os cerca de sete meses em que esteve no cargo, Barba teria faturado aproximadamente R$ 10,5 milhões com o tráfico de drogas do PCC.

O montante foi usado para bancar uma vida luxuosa, como mostrou o apartamento onde ele foi preso, no Morumbi, na zona sul de São Paulo. Um vídeo mostra como é o imóvel. Veja:

Na ação policial que prendeu o suspeito, na última quarta, os agentes também realizaram uma busca e apreensão, confiscando celulares, notebooks, relógios Rolex, peças em metal dourado, porções de skunk e maconha, além de um veículo Tesla, avaliado em R$ 370 mil. A polícia também encontrou no apartamento o documento de uma Porsche Carrera. Nenhum dos veículos, e nem mesmo o apartamento, está no nome de Barba.

14 imagensFechar modal.1 de 14

Polícia apreendeu joias, relógios e outros itens de luxo em apartamento de tesoureiro do PCC

Polícia Civil2 de 14

Polícia apreendeu joias, relógios e outros itens de luxo em apartamento de tesoureiro do PCC

Polícia Civil3 de 14

Polícia apreendeu joias, relógios e outros itens de luxo em apartamento de tesoureiro do PCC

Polícia Civil4 de 14

Joias apreendidas com Barba

Polícia Civil5 de 14

Relógios de luxo de Barba apreendidos em apartamento no Morumbi

Polícia Civil6 de 14

Tesla de Barba, avaliado em R$ 370 mil

Polícia Civil7 de 14

Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC

Polícia Civil8 de 14

Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC

Polícia Civil9 de 14

Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC

Polícia Civil10 de 14

Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC

Polícia Civil11 de 14

Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC

Polícia Civil12 de 14

Anotações de tráfico encontradas com Alex Amaro de Oliveira, o Barba, e Wesley Roberto Teixeira, o Irmão Vinícius, tesoureiros do PCC

Polícia Civil13 de 14

Alex Amaro de Oliveira, de 40 anos, conhecido como Barba e apontado como tesoureiro do Primeiro Comando da Capital (PCC)

Reprodução14 de 14

Wesley Roberto Teixeira, de 33 anos, conhecido como Irmão Vinícius e apontado como braço direito de Barba, o tesoureiro do PCC

Reprodução

Movimentando dinheiro do PCC

O que diz a defesa

Procurada, a defesa de Barba afirma que os objetos apreendidos, “embora não estejam formalmente registrados em nome do investigado, possuem origem lícita e comprovada”.

O advogado Ricardo Asusara atribuiu a prisão do acusado “única e exclusivamente em

razão da apreensão, em sua residência, de aproximadamente 5g de maconha, quantidade ínfima e incompatível com qualquer indício de tráfico, associação criminosa ou comercialização, tornando injustificável a imposição de medida cautelar extrema como a prisão preventiva”.

A defesa afirma ainda que não há prova concreta ou elemento técnico que sustente qualquer relação entre Barba e uma organização criminosa, e que a prisão preventiva será impugnada “pelas vias legais adequadas, com base na legislação penal vigente e nos direitos fundamentais do cidadão”.

Sair da versão mobile