A defesa do general Mário Fernandes informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o militar não confessou ter colaborado para a elaboração do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Alexandre de Moraes, da Suprema Corte.
A manifestação da defesa do general foi entregue no final da noite de sábado (26/7) ao STF. Na última quarta-feira (24/7), em interrogatório à Suprema Corte, Mário Fernandes reconheceu ser o autor do plano para assassinar o presidente Lula, mas destacou que o projeto não passava de um “pensamento digitalizado”.
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Em 2024, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Contragolpe, que prendeu militares suspeitos de envolvimento em um plano para assassinar autoridades. Segundo as investigações, os alvos seriam Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Mário Fernandes está preso desde novembro de 2024 e é apontado como o idealizador do plano. Ainda segundo as apurações, ele teria apresentado o projeto ao general Braga Netto, que também está preso.
A defesa do general alega que a prisão dele se baseou em suposições e que o arquivo denominado “Punhal Verde e Amarelo” não foi compartilhado e nem discutido com outros acusados.
Para a defesa de Mário Fernandes não há provas concretas para manutenção da prisão cautelar. “A procuradoria não apontou qualquer fato ou evidência de circunstância concreta, fato incontroverso. Incabível prisão cautelar revestida de evidente antecipação de pena”, afirmam os advogados.
Na época em que o plano foi elaborado, Mário Fernandes era secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência do governo de Jair Bolsonaro (PL). Assim como o ex-presidente, o militar se formou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
A defesa pede a revogação da prisão de Mário Fernandes, com a aplicação das mesmas medidas cautelares empregadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado como líder da suposta organização criminosa.
O STF impôs a Jair Bolsonaro medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de usar redes sociais, de contatar embaixadores estrangeiros e de sair de casa à noite.