Absolvido de uma acusação de extorsão, o delegado Carlos Roberto Alves de Andrade teve a perda de seu cargo na Polícia Civil de São Paulo decretada pelo vice-governador em exercício, Felício Ramuth. Andrade foi acusado de extorquir R$ 300 mil de dois empresários da Baixada Santista em 2015, mediante ameaça de prisão por receptação de carga roubada e sonegação fiscal.
Em 2018, Andrade e os investigadores Cláudio Hilário de Souza, Daniel Tomé dos Santos, Alberto Augusto de Oliveira e Ives Carvalho, que integravam o Grupo Especializado de Repressão ao Crime Organizado (Gerco), além de Cláudio Eleno Rodrigues, da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Santos (Dise), foram inocentados pela juíza Elizabeth Lopes de Freitas, da 4ª Vara Criminal de Santos. A decisão considerou que não havia provas suficientes para a condenação do grupo.
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“O Direito Penal não opera mediante conjecturas, e sim, única e exclusivamente, com certezas absolutas. As declarações das vítimas são absolutamente fantasiosas e repletas de contradições. Diante de todas as provas amealhadas no curso do processo, verifica-se que as declarações das vítimas no presente caso não se mostram confiáveis, idôneas e isentas para embasarem um decreto de condenação”, afirmou a magistrada.
Durante o andamento da ação penal, um processo administrativo disciplinar instaurado pela Polícia Civil concluiu pela demissão do delegado. Após a absolvição, Andrade acionou a Justiça pedindo a anulação da decisão administrativa.
O pedido foi negado pela 10ª Vara da Fazenda Pública em 2023. O delegado voltou a apelar, mas a demissão foi mantida em junho deste ano. Com o trânsito em julgado, a perda do cargo público foi determinada pelo vice-governador Felício Ramuth. A medida atingiu ainda os ex-investigadores Alberto Augusto de Oliveira e Daniel Tomé dos Santos.