O secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Guilherme Derrite, se manifestou sobre a morte do policial civil Rafael Moura da Silva, de 38 anos, baleado pelo sargento da Rota Marcus Augusto Costa Mendes, no Capão Redondo, zona sul da capital paulista. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quarta-feira (16/7).
“Lamento profundamente a morte do investigador Rafael Moura da Silva. É doloroso quando uma tragédia como essa ocorre. A apuração está em andamento, com transparência e todo respeito à família e à memória do policial. Que Deus conforte o coração dos familiares, amigos e colegas”, escreveu Derrite nas redes sociais.
3 imagens
Fechar modal.
1 de 3
Material cedido ao Metrópoles2 de 3
Pedido de doação para o policial Rafael Moura
Reprodução3 de 3
Rafael Moura tinha 38 anos
Reprodução
PM da Rota matou policial civil
- Agentes da Polícia Civil estavam em diligências no Capão Redondo, com viatura da corporação e distintivo, na última sexta-feira (11/7).
- Mesmo com a identificação, em uma viela, policiais da Rota viram os agentes e, acreditando se tratar de traficantes, atiraram.
- Os agentes, alvos dos disparos, tentaram alertar que eram policiais. Apesar dos avisos, eles foram baleados.
- Um deles, identificado como Rafael Moura, foi atingido com três tiros: um no braço e dois no abdômen.
- Em estado grave, ele foi encaminhado ao Hospital das Clínicas, onde passou por cirurgia.
- O outro policial civil foi atingido de raspão, atendido no hospital e liberado.
- O sargento Marcus Augusto Costa Mendes foi afastado das atividades operacionais para acompanhamento psicológico, informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Leia também
-
PM se manifesta sobre morte de policial civil baleado pela Rota
-
Policial civil baleado por PM da Rota morre em hospital de São Paulo
-
Polícia apura se PM que baleou agente agiu de modo desproporcional
-
Vídeo mostra policial instantes antes de ser baleado por PM da Rota
Polícia Civil instaurou inquérito
A Polícia Civil diz ter instaurado um inquérito para apurar se o sargento agiu de forma desproporcional. De acordo com o delegado Antonio Givanni Neto, em um primeiro momento, o caso é tratado como legítima defesa putativa – isto é, quando alguém, de forma equivocada, acredita estar sob injusta agressão e age como se estivesse em legítima defesa. Segundo a autoridade policial, não é possível determinar se houve excesso.
“Sendo assim, decide esta Autoridade Policial pela apuração investigativa em profundidade, eis que a dinâmica dos fatos, num juízo cognitivo sumário carece dessa apuração. O inquérito policial será instaurado”, diz o delegado no boletim de ocorrência.
“[…] O inquérito policial instaurado poderá, com a profundidade que trará os elementos de informação e as provas cautelares, não receptíveis e antecipadas, revelar a ausência ou a presença dos elementos de culpa e se o erro era evitável ou não”, acrescenta Antonio Giovanni Neto.
As imagens da câmera corporal usada pelo sargento no momento dos disparos foram disponibilizadas pela Polícia Militar para a apuração do caso. Segundo o delegado, elas mostram o PM correndo pela rua e entrando em uma viela, quando dá de cara com um homem armado. Ele, então, reage de imediato dando quatro disparos e recua. A gravação não foi divulgada pelas autoridades policiais.
Segundo a SSP, o caso é investigado pelo 37º Distrito Policial (Campo Limpo). A pasta foi questionada sobre a permanência de Mendes nas ruas, e informou apenas que “as imagens registradas pelas câmeras operacionais portáteis (COPs) foram analisadas pelos responsáveis por ambos os inquéritos e são compatíveis com a versão dos fatos apresentada pelos envolvidos, incluindo o policial militar citado”.