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Dissidente do PCC foi morto com 60 tiros por se aliar a “Novo Marcola”

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Dissidente do PCC foi morto com 60 tiros por se aliar a “Novo Marcola”

Uma das motivações para o fuzilamento de Adrian Caique Paulino, de 24 anos — executado com mais de 60 tiros no domingo (29/6) — teria sido o fato de ele ter se aliado ao Bando do Magrelo, principal organização criminosa que disputa território com o Primeiro Comando da Capital (PCC) em Rio Claro e região, no interior de São Paulo.

Como o Metrópoles mostrou, Adrian estava no quintal de casa, acompanhado de familiares, quando um grupo de atiradores encapuzados pulou o muro da residência, no bairro Vila Alemã.

Ao ver os atiradores, Adrian correu em direção ao portão da casa, mas outros integrantes da quadrilha aguardavam por ele. Dezenas de tiros de fuzil foram disparados, matando-o instantaneamente em um corredor lateral do imóvel.

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Polícia localizou 61 cápsulos de fuzil deflagradas

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Motivação para assassinato é investigado pela polícia

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Bando invadiu casa de vítima pulando muros

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Rapaz de 24 anos foi morto em casa

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Até a publicação desta reportagem, os autores do assassinato não haviam sido identificados. Porém, segundo policiais que acompanham o caso, consultados em sigilo pelo Metrópoles, a principal suspeita para o assassinato seria o fato de Adrian ter deixado de “correr junto” com o PCC, aliando-se ao rival Bonde do Magrelo.

De acordo com as investigações, o Bonde do Magrelo — cujo líder seria, segundo a polícia, Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo, criminoso que já se intitulou como “o novo Marcola” — mantém parceria com o Comando Vermelho (CV), cujos tentáculos se estendem paulatinamente no interior paulista. Isso ocorre desde que o PCC priorizou o tráfico internacional de drogas, enfraquecendo a hegemonia que mantinha na venda de entorpecentes em solo paulista.

Adrian se aliou ao Bonde do Magrelo, de acordo com a polícia, para faturar mais dinheiro com o tráfico de drogas local, cujos lucros e territórios são compartilhados com o CV.

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Outros irmãos de sangue dele, como apurado pelo Metrópoles, eram do PCC e também foram alvo de ataques a tiros. Um deles morreu e outro está acamado há cerca de três anos, após ser baleado na cabeça.

Além de Adrian, dois membros do PCC foram assassinados a tiros no dia 19 de junho, em um intervalo de 10 horas.

Rastro de sangue

Investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontam que o Bonde do Magrelo é responsável pelo assassinato de pelo menos 30 integrantes do PCC. A rivalidade é motivada pela disputa da rota do narcotráfico na região de Rio Claro, que movimenta milhões de reais todos os meses. A Polícia Civil também identificou que o bando comercializa drogas em, ao menos, oito cidades.

Em uma denúncia obtida pelo Metrópoles, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do MPSP, afirmou que as execuções promovidas pelo grupo de Magrelo, em via pública, com disparos de fuzil em plena luz do dia, “colocam tristes holofotes na cidade”.

“A consequência de quem ousa contrariar as determinações de Anderson Ricardo é uma só: a morte!”, disse a Promotoria na denúncia.

Magrelo foi preso em 23 de maio do ano passado, usando documento falso, na cidade de Borborema, a cerca de 210 km de distância de Rio Claro — e a quase 380 km da capital paulista.

 

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