O dono do crematório de Ciudad Juárez, no México, onde foram encontrados 383 corpos empilhados foi formalmente indiciado nessa sexta-feira (4/7), junto com um funcionário. Eles são acusados de crimes relacionados ao tratamento inadequado de restos mortais, como sepultamento e exumação ilegais, e manejo indevido de cadáveres.
Entenda o caso
- A Procuradoria-Geral do Estado de Chihuahua, no México, anunciou em 29 de junho a descoberta de 381 corpos em uma empresa que prestava serviços de cremação a funerárias na cidade de Ciudad Juárez.
- Os corpos não foram cremados e os familiares das vítimas recebiam outro tipo de material no lugar de cinzas, de acordo com a mídia local.
- O porta-voz do Ministério Público, Eloy García Tarín, classificou a situação como cruel, triste e desumana, afirmando que os corpos “estavam empilhados como sacos de mercadoria”.
- No pátio da empresa de cremação, a polícia encontrou uma carroça velha com um corpo dentro, sobre o qual havia uma mesa antiga coberta de lixo e poeira.
- Outros cadáveres estavam espalhados por várias salas do prédio onde funciona o crematório.
A descoberta ocorreu no fim de junho, quando autoridades localizaram centenas de corpos acumulados em condições precárias dentro do imóvel. De acordo com a Promotoria do estado de Chihuahua, alguns cadáveres estavam ali havia até dois anos. A contagem inicial era de 381, mas outros dois foram encontrados posteriormente.
Inicialmente, investigadores forenses descobriram aproximadamente 60 corpos embalsamados em condições insalubres em um crematório clandestino em Ciudad Juárez, México, no dia 27 de junho de 2025.
Getty Images
No pátio da empresa de cremação, a polícia encontrou uma carroça velha com um corpo dentro, sobre o qual havia uma mesa antiga coberta de lixo e poeira.
Getty Images
Investigadores atuando para identificar os corpos
Getty Images
Segundo o promotor estadual César Jáuregui, 27 corpos já foram identificados, e os familiares estão sendo procurados. Outros 148 passaram por exames periciais até o momento. Ele afirmou que, possivelmente, mesmo sem estrutura para continuar os serviços, os responsáveis pelo crematório seguiram recebendo corpos além da capacidade operacional.
Leia também
-
Mais de 300 corpos são achados abandonados em crematório no México
-
Irlanda vai exumar 796 bebês achados em fossa de lar católico. Entenda
-
Entenda o translado internacional de corpos, como no caso de Juliana
-
IML troca corpos e jovem é enterrado no lugar de outra pessoa em SP
Ainda não há confirmação se as mortes estão ligadas a crimes violentos, o que segue sob investigação. O caso expôs mais uma vez a fragilidade do sistema forense mexicano, que há anos sofre com a alta demanda impulsionada, em grande parte, pela violência ligada ao crime organizado.