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Dono de entidade da farra do INSS usou funerária para girar R$ 70 mi

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Dono de entidade da farra do INSS usou funerária para girar R$ 70 mi

Apontado como controlador de uma das associações investigadas no esquema bilionário de fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o empresário Jose Lins de Alencar Neto é dono de uma funerária ligada à entidade suspeita que movimentou R$ 70 milhões em apenas três anos.

Lins é apontado como o homem por trás de duas associações suspeitas. A Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN) e a Associação dos Aposentados e Pensionistas Brasileiros (AAPB). Juntas, as associações faturaram R$ 472 milhões com os descontos sobre aposentados pelo INSS.

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Ele foi um dos alvos de uma ação de bloqueio de R$ 191 milhões movida pela Advocacia-Geral da União (AGU) somente contra envolvidos com a AAPB. Também é investigado e teve seu sigilo quebrado na Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em abril deste ano, contra a farra dos descontos indevidos revelada pelo Metrópoles.

A Global Planos Funerários, empresa que pertence a Lins, presta serviços à AAPEN. Ele também passou por empresas que levam o nome da AAPB e presidiu a entidade. A confusão entre as empresas e as associações é apontada pela Polícia Federal e por auditores da Controladoria-Geral da União (CGU).

Somente entre 2022 e 2024, a funerária movimentou R$ 70 milhões, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentações suspeitas de investigados ligados à entidade.

Entidades como a AAPEN e a AAPB firmaram acordos com o INSS para poderem efetuar os descontos de mensalidade associativa sobre aposentados em troca supostas vantagens em serviços como seguros, que incluem o auxílio funeral.

A AAPEN teve seu acordo rescindido em 2020, quando seu nome era ABSP. Em 2023, o ex-diretor do INSS André Fidelis, hoje suspeito de receber propina das entidades, refez o termo com a associação.

Operadora do esquema

A AAPEN já foi presidida pela advogada e servidora federal aposentada Cecília Mota. Como mostrou o Metrópolesela é investigada pela PF por ter movimentado R$ 14 milhões.

Por meio de seu escritório, ela teria recebido valores de associações investigadas nas fraudes e repassado para empresas e familiares de dirigentes do INSS. Cecília também fez 33 viagens, algumas para destinos internacionais como Dubai, no auge da farra dos descontos.

Segundo o Portal da Transparência, Cecília recebia, até março, uma pensão mensal de R$ 8,2 mil do INSS, benefício ao qual ela tem direito desde 1990, por ser filha de um ex-técnico do órgão já falecido. Em abril, o valor da pensão foi reajustado para R$ 10,6 mil.

100% de descontos sem autorização

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