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    É possível parar o ciclo da violência contra a mulher; denuncie

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    De janeiro a junho deste ano, 12 mulheres foram vítimas de feminicídio no Distrito Federal. Os dados escancaram uma realidade cruel e trazem um alerta para a importância da denúncia no combate à violência doméstica. 

    Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do DF, mais da metade das vítimas mortas por questões de gênero na capital do país, ao longo dos últimos anos, tiveram um histórico de agressões não denunciadas. 

    E a subnotificação é uma das maiores preocupações nesse tipo de crime. Órgãos de proteção à mulher têm feito uma força-tarefa para quebrar esse ciclo de violência – que, muitas vezes, resulta em morte. 

    Gritos, sinais de agressividade ou comportamentos suspeitos devem ser levados a sério, pois, em muitos casos, as mulheres agredidas não conseguem pedir ajuda, seja por se sentirem intimidadas ou ameaçadas. Por isso, a intervenção de terceiros é essencial. 

    Amigos, vizinhos, família ou até colegas de trabalho podem e devem alertar as forças de segurança em caso de violência relacionadas a questões de gênero. 

    A omissão pode colocar vidas em risco e contribuir para a continuidade de agressões físicas, psicológicas, morais, patrimoniais e sexuais.

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    Salve Todas 2025

    Com o intuito de reforçar os canais de denúncia existentes na capital, o Governo do Distrito Federal (GDF) lançou a campanha “Salve Todas 2025”. 

    Promovida pela Secretaria da Mulher em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, a iniciativa busca conscientizar e mobilizar a população para reconhecer os sinais de agressão e comunicar os casos às autoridades. 

    Com o lema “Antes do silêncio virar luto, denuncie”, a campanha fortalece o enfrentamento à violência contra a mulher, ao divulgar os canais de denúncias e prestar apoio às vítimas. 

    Saiba como denunciar 

    As denúncias desse tipo de crime podem ser feitas de forma anônima, nos canais da Polícia Civil, tanto online como por telefone pelo 197. O canal funciona 24 horas por dia e garante total sigilo da identidade do denunciante.

    A Delegacia da Mulher também oferece apoio e resguardo às vítimas de violência doméstica, dando encaminhamento legal para o fim do ciclo das agressões pela Lei Maria da Penha.

    Dentro desse contexto, as mulheres são amparadas com medidas restritivas e, nos casos mais delicados, recebem abrigo e condição para sair do ambiente violento. 

    As Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam) estão localizadas no centro de Ceilândia (QNM 2) e na Asa Sul (EQS 204/205). Ambas funcionam 24 horas por dia. Delegacias circunscricionais também contam com setores especializados no atendimento feminino.

    Há ainda a Campanha Sinal Vermelho, implementada no Distrito Federal como meio facilitador para fazer a denúncia. Diversos estabelecimentos comerciais e públicos fazem parte da ação com apoio às vítimas que queiram comunicar uma situação de violência doméstica. As mulheres podem pedir ajuda com um sinal de “X” vermelho nas mãos ou comunicar verbalmente. 

    A iniciativa vale também para situações com vizinhos, amigos, ou desconhecidos na rua ou no transporte público. Se notar alguma mulher com sinal de X vermelho desenhado na palma da mão, acione a Polícia Militar pelo número 190

    Além desses canais, existem outros serviços que acolhem, orientam e encaminham vítimas de violência. O telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher, oferece escuta qualificada e funciona 24 horas por dia

    A plataforma Maria da Penha Online permite denúncias com anexos de fotos, vídeos e outros registros. Também há a opção de discar 156, opção 6 – um canal local do GDF voltado exclusivamente para questões relacionadas à violência contra a mulher.