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    Edinho Silva: não há chance de Lula não disputar reeleição em 2026

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    O presidente nacional do PT, Edinho Silva, assegurou nesta sexta-feira (25/7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será candidato à reeleição em 2026.

    Edinho, que foi prefeito de Araraquara (SP) e ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), disse que não existe possibilidade de o líder petista não tentar um segundo mandato consecutivo à frente do Palácio do Planalto no pleito do ano que vem.

    Edinho participou de um painel com outros líderes políticos na Expert XP, em São Paulo. Além dele, estiveram no evento o prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos; o presidente do União Brasil, Antonio Rueda; e o ministro dos Transportes do governo Lula, Renan Filho (MDB).

    “Não tem essa possibilidade. Lula é candidato nas eleições”, cravou Edinho, ao ser questionado sobre uma eventual desistência do presidente da República de disputar a eleição.

    “O grande desafio do PT e de todos os partidos que têm lideranças grandes e fortes é saber fazer a transição quando essa liderança não disputar mais eleições, não estiver mais nas urnas. Não que o legado não continue existindo. Mas tem o desafio de construir uma instituição que dê conta de dialogar com a sociedade, seja forte do ponto de vista da organização e esteja antenada com a agenda da sociedade”, afirmou Edinho.

    Discussão econômica

    Segundo o presidente do PT, “a eleição é o momento propício para debater um projeto de país”. “Em 2026, temos a oportunidade de discutir que Brasil nós queremos deixar como legado para as futuras gerações. Um país que tem renúncia fiscal e uma política tributária onerosa para o conjunto da sociedade brasileira?”, provocou o dirigente petista.

    “O Brasil é único país do mundo que tem desoneração ad eternum. Temos ainda o Perse [Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos] no Brasil. Estamos onerando setores de eventos, e o Perse se estendeu para outros setores. Era correto desonerar durante a pandemia, mas não faz sentido continuar desonerando. Não queremos este Brasil porque isso significa um país de privilégios”, criticou.

    “Para o Brasil ser justo, ele também tem de distribuir renda. É um debate que o mundo tem de fazer. Quando 10% do mundo concentram 52% da renda, não há política contra a migração que vá dar conta”, concluiu Edinho Silva.

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    João Campos e Rueda criticam polarização

    O prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos, afirmou que não é a polarização política que resolverá os problemas do país.

    “Temos de seguir muito mais por um caminho de eficiência naquilo que a gente faz. Não adianta vivermos em uma disputa mais forte de narrativas e visões de mundo. As soluções passam por um caminho de eficiência na gestão pública. Não é ser de direita ou esquerda, mas buscar uma ação eficiente que chegue na ponta”, defendeu Campos.

    “Cada vez mais a política precisa compreender o que o povo está sentindo na rua. A carga tributária é um problema para o Brasil porque ela é mal focalizada. Temos uma tributação muito alta sobre o consumo e ela é regressiva. A maioria das soluções tributárias são melhores que a brasileira”, disse.

    “Temos de discutir os problemas reais do Brasil e do empreendedor, que não estão nas poucas teses da disputa da polarização.”

    Avaliação semelhante foi feita, durante o painel, pelo presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda.

    “O grande enfrentamento que a sociedade, a política, o Congresso e o Executivo têm de pautar é a eficiência. Não adianta irmos para uma pauta de arrecadação porque nunca vai ser suficiente. Temos de trazer eficiência para o Estado e o governo. Temos de cortar na carne para que possamos ter um país mais eficiente”, afirmou.

    “Eu defendo isso. Esse pacto tem de ser feito por todos: Congresso, Executivo e Judiciário. Temos de ter responsabilidade e coragem. Hoje fico muito preocupado com esse tom do Executivo, dos pobres contra os ricos. Para um país prosperar, ele tem de ter uma economia forte. Temos de baixar a temperatura, sair desses extremos e discutir o que é importante para o Brasil”, prosseguiu Rueda.

    “Tivemos um episódio sobre o IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] que tensionou bastante a política e o mercado financeiro. Nós temos de retornar ao Orçamento, que foi mudado. A peça orçamentária foi uma ficção, não foi uma peça verdadeira. Todos no mercado sabiam que aquilo não era exequível”, concluiu.

    Renan Filho vê choque de projetos em 2026

    Para o ministro dos Transportes do governo Lula, Renan Filho (MDB), a eleição de 2026 vai colocar frente a frente diferentes projetos de país.

    “Cada um tem um projeto, uma ideia para o Brasil. Às vezes, eu vejo o mercado e alguns economistas terem teses para conter o reajuste do salário mínimo, como congelamento ou desvinculação de benefícios sociais. Mas, na política, não tem nenhum candidato defendendo isso. O presidente Lula defende o contrário: ele acha que o salário mínimo deve crescer. Só sabe o que significa o salário mínimo congelado quem precisa dele para sustentar sua família”, afirmou.

    Segundo o ministro dos Transportes, “o Brasil vai cumprir as metas do arcabouço fiscal neste ano”. “No segundo semestre, temos condições de garantir o melhor caminho para 2026”, disse Renan.

    “A democracia já apresenta a solução, que é a eleição. Cada um de nós aqui vai ter oportunidade de defender um projeto de país, nas redes, nas ruas e na TV.”

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    O evento

    A Expert XP, que chega à 15ª edição em 2025, acontece nesta sexta-feira e no sábado (26/7), na São Paulo Expo, na capital paulista. A expectativa dos organizadores é a de que o público supere os 45 mil participantes da edição anterior, em 2024.

    Em edições anteriores, a Expert XP já contou com nomes como o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, os ex-atletas Magic Johnson, Serena Williams e Tom Brady, além do historiador e filósofo israelense Yuval Harari, da ativista paquistanesa Malala Yousafzai e do economista e empresário Mohamed El-Erian.