O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) respondeu, nessa quarta-feira (23/7), ao ex-presidente Michel Temer, após ele criticar as últimas atitudes do governo dos EUA em relação ao Brasil e mas pedir diálogo como forma de solucionar o impasse comercial. Eduardo reagiu e disse que o primeiro passo para haver diálogo com os EUA é uma “anistia ampla”.
Nessa quarta, Temer publicou um vídeo na rede social X, condenando os EUA e a taxação de produtos brasileiros e o ataque à soberania nacional, após o cancelamento de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para Temer, as medidas são “injustificáveis e inadmissíveis” e não devem ser tratadas com “bravatas ou agressões”.
Também na rede X, Eduardo Bolsonaro, filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), respondeu, afirmando que, para haver diálogo, “o regime tem que recuar”.
“Para haver dialogo com quem prende velhinhas inocentes, o regime tem que recuar. O primeiro passo é anistia ampla, geral e irrestrita. Sem isso, não haverá diálogo”, conta o deputado ao se referir à série de prisões efetuadas após a invasão, em 8 de janeiro de 2023, dos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF.
O que está acontecendo?
- O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é alvo de uma investigação da Polícia Federal, no âmbito do inquérito que corre no STF, sobre sua atuação nos Estados Unidos.
- Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, Bolsonaro teve o celular apreendido, usa tornozeleira eletrônica, não pode deixar Brasília e terá de ficar em casa todas as noites, além de não poder usar as redes sociais.
- No despacho, Moraes listou os crimes pelos quais Eduardo e o pai são investigados: coação no curso do processo; obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa; e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- O documento cita que Eduardo Bolsonaro é acusado de reiteradamente e publicamente buscar a imposição de sanções pelo governo dos Estados Unidos contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF), da PGR e da Polícia Federal (PF), alegando perseguição política.
Michel Temer ressaltou que a solução para encontrar um caminho em uma tempestade é “procurando abrigo no porto seguro do diálogo”.
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Ele também destacou que eventuais respostas às ações norte-americanas precisam respeitar os tratados internacionais e a Constituição brasileira. “É isso que mantém a democracia viva e um país soberano. […] Devemos agir e reagir como a nação livre e soberana que somos, sem excessos de ambas as partes”, concluiu.
Filho 03 nos EUA
Eduardo Bolsonaro se afastou da Câmara dos deputados e foi para os EUA, onde atua pela imposição de sanções por parte do governo norte-americano contra membros do STF, da PGR e da Polícia Federal (PF), alegando perseguição política contra o pai.
No início do mês, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a decisão de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, marcando um novo capítulo na já tensa relação comercial entre os dois países.
A medida foi oficializada em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometeu reagir com base na recém-sancionada Lei da Reciprocidade Econômica — dispositivo legal que autoriza o Brasil a aplicar contramedidas proporcionais a ações unilaterais que prejudiquem sua competitividade.