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    Eduardo Bolsonaro: “Trabalho para que senadores não encontrem diálogo”

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    O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que trabalha para que os senadores de oposição e do governo que foram até os Estados Unidos tentar negociar o tarifaço sobre as exportações brasileiras “não encontrem diálogo”.

    Uma comitiva de senadores brasileiros está nos EUA para tentar negociar a redução das tarifas de 50% prometidas por Donald Trump, cujo início tem previsão para sexta-feira (1º/8). Nesta terça-feira (29/7),o grupo deve se reunir com deputados dos partidos Democrata e Republicano.

    “Com certeza não [estabelecer diálogo], e eu trabalho para que eles não encontrem diálogo, porque sei que, vindo desse tipo de pessoa, só haverá acordos daquele tipo meio-termo, que não é nem certo, nem errado”, disse o filho 03 de Bolsonaro ao SBT News.

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    O parlamentar, que está morando nos Estados Unidos, é apontado pela Polícia Federal como articulador das sanções contra o Brasil. O deputado federal comemorou o anúncio do presidente Trump em taxar em 50% todos os produtos brasileiros exportados para os EUA.

    O deputado também comentou que Trump estaria reagindo a “violações de direitos” e “perseguição” contra Bolsonaro.

    De acordo com Eduardo, o ministro Alexandre de Moraes encontrou agora um “adversário à altura” ao enfrentar Trump. “Se ele acha que vai intimidar o Trump, dobrando a aposta, que é o que ele sempre faz, lamentavelmente haverá mais sofrimento por parte dessas autoridades brasileiras”, afirmou o deputado.

    Senadores nos EUA

    O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e líder da comitiva de parlamentares, Nelsinho Trad, disse que já há seis nomes confirmados entre democratas e republicanos para o encontro desta terça. Apesar de não haver nenhuma reunião prevista com integrantes do governo Trump, o senador espera que a interlocução chegue até a Casa Branca.

    Nessa segunda (28/7), os senadores brasileiros se reuniram com representantes da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos e empresários de grandes companhias americanas. Na lista, representantes dos setores de energia, farmacêutico, químico, siderúrgico, tecnológico e de transportes.

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também está nos Estados Unidos, mas ainda não recebeu nenhum convite da Casa Branca para conversar.

    Abertura de diálogo

    Durante um evento no Rio de Janeiro, o presidente Lula voltou a dizer que espera a abertura do diálogo com Donald Trump. Enquanto o prazo para o tarifaço vai se esgotando, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, repete o discurso de que o Brasil pretende negociar com os Estados Unidos.

    Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin apresentaram a Lula o plano de ajuda aos setores que podem ser mais afetados pela tarifa de 50%.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que vai aplicar tarifas de 15 ou 20% aos países que até sexta-feira não se acertarem com os Estados Unidos. O presidente americano não explicou como ficaria a situação de países como o Brasil, com os quais ele não aceitou nem conversar.

    Nos pactos já acertados, o Reino Unido foi o único país que ficou com os 10% originais. União Europeia e Japão vão pagar 15%; Indonésia e Filipinas,19%; e Vietnã, tarifa de 20%.