Durante entrevista ao vivo concedida nesta segunda-feira (7/7) ao ex-estrategista da Casa Branca Steve Bannon, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou esperar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tome medidas concretas contra o magistrado.
Segundo ele, as sanções aplicadas pela Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC) seriam uma resposta necessária às decisões judiciais que, segundo o parlamentar, representam uma ameaça à liberdade de expressão e à oposição política no Brasil.
“[No Brasil] temos casos de censura. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, chegou a emitir uma ordem judicial contra um cidadão americano só porque ele fez uma postagem nos Estados Unidos. Então, o que mais é preciso para mostrar ao mundo que esse cara precisa ser parado? Alguém tem que fazer isso”, disparou o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
E seguiu: “Nós realmente esperamos que Trump consiga fazer isso por meio das sanções da OFAC”.
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Sanções
Nos Estados Unidos, as ações de Moraes vêm sendo monitoradas por parlamentares republicanos, que o acusam de promover censura internacional. No final de maio, o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou uma nova política de restrições de vistos voltada a autoridades estrangeiras envolvidas em violações à liberdade de expressão de cidadãos americanos.
“Estrangeiros que trabalham para minar os direitos dos americanos não devem ter o privilégio de viajar para o nosso país”, disse Rubio. A medida foi interpretada como um alerta direto a países latino-americanos, incluindo o Brasil.
Trump defende Bolsonaro
O presidente dos Estados Unidos usou sua rede Truth Social nesta segunda para sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de atuação em suposta trama golpista, e está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“O Brasil está fazendo uma coisa terrível em seu tratamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo. Eu conheci Jair Bolsonaro, e ele foi um líder forte, que realmente amava seu país – também, um negociador muito duro em comércio”, escreveu Trump.
O presidente norte-americano ainda definiu que a eleição do atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), derrotando Bolsonaro, foi “muito apertada” e destacou que agora “Bolsonaro está liderando nas pesquisas”.
“Caça às bruxas”
Trump acusou a Justiça brasileira de perseguir Bolsonaro. Ele também comparou o que o ex-presidente brasileiro está passando com a sua própria história. nos EUA.
“Isso não é nada mais, nada menos, do que um ataque a um oponente político – algo que eu sei muito sobre! Aconteceu comigo, vezes 10, e agora nosso país é o ‘mais quente’ do mundo! O Grande Povo do Brasil não vai tolerar o que eles estão fazendo com seu ex-presidente”, escreveu Trump.
O presidente dos EUA faz com Bolsonaro, no Brasil, o mesmo movimento que fez com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e chama o julgamento de Bolsonaro no STF de “caças às bruxas”.
“Estarei assistindo à caça às bruxas de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é um julgamento pelos eleitores do Brasil – chama-se eleição. Deixem Bolsonaro em paz”, concluiu Trump.