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    Em Lisboa, Tarcísio é anunciado como “presidenciável” e elogia Derrite

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    O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi anunciado como “presidenciável” e elogiou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), nesta sexta-feira (4/7), ao participar de painéis do XIII Fórum de Lisboa. O evento, conhecido como “Gilmarpalooza” por ter sido idealizado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reúne autoridades de diferentes países em Portugal para debater as transformações vividas pela sociedade e os desafios que surgem com o avanço da inteligência artificial.

    Tarcísio participou de dois painéis nesta sexta, um sobre as relações de forças internacionais e novos blocos militares, e outro sobre segurança pública e organizações criminosas. No primeiro painel, Tarcísio foi anunciado como “presidenciável” pelo moderador da discussão, o ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública e diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Raul Jungmann.

     “É inequívoco que o governador de São Paulo é também um presidenciável pelo lado do Brasil”, disse Jungmann.

    No segundo painel, sobre a cooperação federativa no enfrentamento às organizações criminosas, Tarcísio disse que “o crime organizado não vai vencer o Estado”. O governador destacou que, embora a atividade criminosa esteja se sofisticando, a resposta da segurança pública está sendo à altura, e em seguida parabenizou Guilherme Derrite.

    “O crime vem se sofisticando muito, mas a boa notícia é que as forças de segurança também vêm se sofisticando, também vêm fazendo um enfrentamento à altura. E aí eu quero agradecer o trabalho que vem sendo feito, estou aqui com o secretário de Segurança Derrite, com o secretário de São Paulo”, disse Tarcísio entre aplausos.

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    Para Tarcísio, o crime organizado é o maior risco que o Brasil enfrenta. Ao citar a interferência de organizações criminosas em vários setores brasileiros, como de combustíveis, de saúde e mercado financeiro, o governador indicou que essa atividade afasta a competitividade de empresários que atuam na legalidade.

    “Guarnecer as fronteiras significa ter condição de combater o crime organizado, a infiltração do crime organizado no território nacional, a infiltração desse crime nos negócios lícitos, o que afasta a competitividade, o que destrói os negócios daqueles que jogam a regra do jogo”, discursou, no primeiro painel do dia. “E contar com forças armadas equipadas para fazer essa vigilância, contar com tecnologia de ponta é fundamental para que a gente possa vencer essa guerra e mitigar esse risco que, para mim, é o maior risco que o país passa hoje.”

    O que é o Fórum de Lisboa

    • O XIII Fórum de Lisboa reúne autoridades de diversas nações em Portugal para debater as transformações vividas pela sociedade e os desafios que surgem com o avanço da inteligência artificial.
    • O evento iniciou na quarta (2/7) e termina nesta sexta-feira (4/7).
    • O fórum ficou conhecido no meio político como Gilmarpalooza, em alusão ao nome do idealizador, o ministro do STF Gilmar Mendes.
    • São 500 palestrantes de distintas nacionalidades em 57 painéis com temas globais.
    • Segundo a organização do evento, a edição de 2025 tem 2,5 mil participantes.
    • Autoridades dos Três Poderes estão presentes. Do Judiciário, participam os ministros do STF Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e André Mendonça, além de representantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
    • O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também é palestrante do fórum.
    • O evento é organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), pelo Lisbon Public Law Research Centre (LPL) da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário – FGV Justiça.

    O governador ainda falou sobre a possibilidade de instrumentalizar a justiça eleitoral para acabar com a oportunidade do avanço de criminosos e membros de facções na política. De acordo com Tarcísio, esses criminosos entram na política com financiamento do crime e, depois de eleitos, retribuem esse apoio com contratos públicos, especialmente em áreas como saúde e segurança. Com isso, o crime organizado ganha acesso a recursos do Estado, passando a operar como milícia, prestando serviços, inclusive em segurança, e extorquindo empresários.

    Logística do crime organizado

    O governador também expôs que a logística do crime, no Brasil, é muito facilitada. “Nós temos que pensar no percurso desse crime, na vigilância na extensa faixa de fronteira, no equipamento do aparato público para fazer essa vigilância. A gente tem que pensar nos nós logísticos, na fragilidade em nossos portos e aeroportos. Nós temos rodovias federais, rodovias estaduais, rodovias vicinais. E aí fica muito claro que se não houver uma grande cooperação, a gente não vai ter sucesso.”

    Em um apelo à cooperação internacional, Tarcísio afirmou que “é fundamental aumentar o custo do crime”, uma vez que traficantes internacionais importam drogas e armamentos.

    “A gente não produz os insumos. Se nós não aumentarmos o custo do crime, a gente diminui muito as nossas chances de sucesso. Então, nós precisamos endurecer, tornar mais difícil a vida do criminoso que faz parte dessas organizações criminosas, do traficante de drogas”, disse Tarcísio.

    Participaram de painéis ao lado de Tarcísio o procurador-geral da República Paulo Gonet, o diretor-geral da Polícia Federal Andrei Rodrigues e os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Marques e Raul Filho.