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Embalagens de alimentos liberam microplásticos nas refeições. Entenda

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Embalagens de alimentos liberam microplásticos nas refeições. Entenda

Usar embalagens de alimentos da forma correta pode parecer inofensivo, mas um novo estudo mostra que isso já é suficiente para contaminar a comida com microplásticos.

A simples ação de abrir uma garrafa plástica, esquentar o almoço em um pote no micro-ondas ou cortar ingredientes em uma tábua de plástico libera pequenas partículas invisíveis que acabam sendo ingeridas.

O alerta vem de uma revisão científica publicada no dia 25 de junho na revista npj Science of Food. O trabalho analisou 103 estudos sobre contaminação de alimentos por micro e nanoplásticos (MNPs) e concluiu que essas partículas são liberadas mesmo em situações de uso comum, ou seja, quando as embalagens e utensílios plásticos são utilizados conforme foram projetados e recomendados pelos fabricantes.

Segundo os autores, liderados pela bióloga Lisa Zimmermann, do Fórum de Embalagens de Alimentos, na Suíça, 96% das amostras avaliadas apresentaram a presença de MNPs.

Os dados foram extraídos de artigos que estudaram desde embalagens até utensílios como mamadeiras e tigelas reutilizáveis.

O que são microplásticos?

Estudos iniciais sugerem possíveis associações com problemas cardiovasculares. Um deles, publicado em 2023, mostrou que pacientes com doenças cardíacas e altos níveis de microplásticos nas artérias tinham risco aumentado de morte. No entanto, os efeitos dessas partículas no organismo ainda não são totalmente compreendidos.

A pesquisa também observou que alimentos ultraprocessados tendem a conter mais microplásticos do que os minimamente processados. Isso se deve ao maior contato com equipamentos plásticos ao longo da cadeia de produção.

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Já no caso de utensílios reutilizáveis, como tigelas de melamina, a quantidade de partículas liberadas aumenta com o uso repetido e lavagens sucessivas.

Medidas de prevenção e mais estudos

Apesar das muitas dúvidas ainda em aberto, os pesquisadores defendem que é preciso adotar uma abordagem preventiva desde já. Para eles, reduzir a exposição da população aos microplásticos deve ser uma prioridade, o que inclui rever o uso de embalagens plásticas em larga escala no armazenamento e preparo de alimentos.

Para ampliar o acesso à informação, o grupo também criou um painel online com os dados da pesquisa. A ferramenta permite consultar quais tipos de plásticos e embalagens mais liberam partículas, organizando as informações por material e forma de uso.

“A contribuição dos artigos plásticos em contato com alimentos para a exposição humana a MNPs ainda não está clara e justifica uma investigação mais aprofundada”, concluem os cientistas.

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