A segunda edição do Energy Summit, promovida em parceria com a MIT Technology Review Brasil, reuniu 12 mil participantes na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, entre 24 e 26 de junho, e consolidou o evento como o principal fórum latino-americano sobre energia, inovação e sustentabilidade.
Com patrocínio master da Petrobras, do governo federal e do governo do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Energia e Economia do Mar, e com o Sebrae/RJ como patrocinador platinum, o evento reforçou a articulação entre os setores público e privado para acelerar a transição energética no país.
Ao longo de três dias, foram promovidas mais de 270 horas de conteúdo distribuídas em mais de 100 painéis, com 300 palestrantes, sendo 36 keynotes internacionais.
Com 20 países representados, o evento trouxe uma visão global sobre os desafios e soluções da transição energética, espalhados por sete palcos simultâneos.
Mais de 100 empresas e instituições participaram da edição, além de 180 CEOs e C-Levels de setores estratégicos.
Cerca de mil reuniões com startups foram solicitadas, fortalecendo o ambiente de inovação, networking e geração de negócios.
Fundos de investimento também marcaram presença, demonstrando o interesse crescente do capital de risco por soluções climáticas.
De acordo com Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit, o evento deixa claro que o Brasil tem capital humano, capacidade tecnológica e legitimidade internacional para liderar a transição energética global.
“Nosso desafio agora é transformar ambição em política pública, inovação em escala e colaboração em legado. Esse evento é mais do que um encontro, é um movimento coordenado para construir um futuro energético mais justo, sustentável e competitivo a partir do Brasil.”
Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit
Autoridades e medidas concretas
Entre os principais anúncios do evento, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, participou da cerimônia de encerramento e assinou dois decretos estratégicos voltados à energia limpa.
Um deles concede incentivos fiscais condicionados à eficiência energética para usinas termelétricas a gás natural. O outro regulamenta o uso do biometano na malha estadual de gás, impulsionando a inserção de fontes renováveis na matriz fluminense.
Também durante o evento, a Secretaria de Energia e Economia do Mar e a Secretaria da Mulher, ambos do Rio de Janeiro, firmaram um convênio inédito para a capacitação gratuita de mulheres nos setores de energia e economia do mar, por meio do programa Empregos Azuis.
A iniciativa reforça a proposta central do Energy Summit de integrar políticas públicas, inovação e impacto social de forma concreta. Ela também se conecta ao movimento Women in Energy, que atua para ampliar a participação feminina no setor energético.
O evento contou ainda com a presença de autoridades internacionais como Joshua Volz, do Departamento de Energia dos EUA, e Ryan Rowlands, cônsul-geral dos EUA no Brasil, reforçando o protagonismo brasileiro na nova geopolítica da energia limpa.
Outro destaque foi a palestra do Prêmio Nobel da Paz Rattan Lal, referência global em sustentabilidade, que defendeu o “direito do solo” como instrumento de paz e equilíbrio climático.
Diversidade de temas e experiências imersivas
A programação abordou temas como geopolítica energética, mineração sustentável, armazenamento, mobilidade, justiça climática e inovação pública e privada, distribuídos em três grandes palcos principais, uma Sala de Masterclass e mais quatro palcos paralelos: Electric Days, Science & Arts, Women in Energy e Oiweek.
Energy Summit Awards reconhece protagonismo e impacto
A cerimônia do Energy Summit Awards celebrou empresas, startups e projetos de pesquisa que estão liderando a transição energética no Brasil.
Entre os destaques estão a Petrobras como corporação do ano; a Finep como empresa de impacto; a startup Fu2re em estágio de crescimento; e o ETS – Electrified Thermal Solutions como melhor negócio do ano.
O projeto Sistema HISEP® Digital Twin recebeu duplo reconhecimento — nas categorias de pesquisa acadêmica e Global Award.
Sustentabilidade na prática
O evento manteve o compromisso com a sustentabilidade e todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas durante a realização serão compensadas com base na metodologia internacional do GHG Protocol, alinhada às melhores práticas globais.
Além disso, a edição deste ano adotou ações integradas de coleta seletiva e redução de resíduos, promovendo a economia circular e fortalecendo a atuação de cooperativas de reciclagem.
A neutralização de impacto ambiental reafirma o papel do evento como referência em responsabilidade socioambiental no setor de energia.
De acordo com Renato Paquet, CEO da Polen, a compensação é de 100% dos resíduos gerados durante o evento.
“Utilizamos a metodologia de gravimetria para separar e pesar os materiais por tipo — plástico, papel, papelão, vidro, entre outros — e, a partir disso, compensamos todo o volume com créditos de logística reversa”, explica.
“Isso nos permite alcançar o status de evento packaging neutral, ou seja, com impacto ambiental zero em relação a resíduos. Todo esse trabalho é realizado em parceria com cooperativas cariocas da região, como as de Jacarepaguá e Rocinha, o que também reduz as emissões na etapa logística e fortalece a economia local”, frisa.
Próxima edição confirmada
A próxima edição do Energy Summit já está confirmada para 2026 e ocorrerá entre os dias 23 e 25 de junho no Rio de Janeiro. Os ingressos já estão à venda.
A expectativa é ampliar o alcance internacional e aprofundar ainda mais o debate sobre inovação energética e sustentabilidade com base na articulação de governos, empresas, academia e sociedade civil.
Energy Summit
Organizado em parceria com o MIT, o Energy Summit é o principal evento de inovação e empreendedorismo em energia e sustentabilidade da América Latina.
Conecta os maiores nomes da transição energética e sustentabilidade, incluindo C-levels de grandes empresas e deep techs, autoridades governamentais, palestrantes internacionais, reitores de universidades e centros de pesquisa, que juntos lideram debates essenciais para acelerar o futuro da energia.