Um trabalho que vai além das quatro linhas do campo. A Escolinha de Futebol Orleir Cameli, coordenada pelo professor Aldir Pereira, vem transformando a vida de centenas de crianças em Tarauacá e em municípios isolados do Acre e do Amazonas. Com foco na inclusão social, a escolinha atende meninos e meninas de 5 a 11 anos, oferecendo muito mais que atividades esportivas: ela entrega afeto, autoestima e dignidade para crianças em situação de vulnerabilidade.
Durante um evento recente realizado em Tarauacá, que reuniu cerca de 200 crianças de uma escola pública, um momento comovente marcou todos os presentes. A juíza Marina Azevedo, que visitava pela primeira vez a escolinha, emocionou-se ao conhecer a história de uma menina que possui um problema de visão e, por isso, nunca havia participado de uma atividade esportiva. Sentindo-se inferior às outras crianças, ela sempre evitou esse tipo de evento.
Sensibilizada com a situação e com o fato de que a organização dispunha de apenas 30 medalhas para distribuir entre mais de 200 crianças, a juíza entregou pessoalmente uma medalha à garota — um gesto simbólico que representou o verdadeiro propósito da escolinha: acolher e incluir.
“Ela chorava de emoção e no final me abraçou dizendo: ‘Professor, não esquece de me convidar de novo’. Nesse momento, fui eu quem me emocionei. Fiquei sem palavras, só abracei e agradeci silenciosamente a Deus e ao governador Gladson Cameli pela oportunidade e saúde de continuar esse trabalho”, relatou o professor Aldir, visivelmente tocado.
A escolinha sobrevive exclusivamente de doações, que vão desde pães, refrigerantes e café da manhã para as crianças, até roupas, chuteiras e bolas usadas. A cada semana, novas ações são realizadas e o maior desafio da equipe é conseguir manter o projeto vivo diante das dificuldades financeiras.
Além de Tarauacá, a ação já chegou a lugares remotos como Porto Walter, Jordão, Marechal Thaumaturgo, e até cidades do Amazonas, como Itamarati, Irunepé e Envira, com apoio do governo estadual.
Como ajudar: O professor Aldir faz um apelo à comunidade e a pessoas solidárias: quem puder doar roupas, tênis, bolas, medalhas ou alimentos, pode entrar em contato diretamente com a equipe da escolinha.
Cada contribuição ajuda a manter aceso o sonho de crianças que encontram no esporte não só diversão, mas uma forma de se sentirem vistas, valorizadas e amadas.