MAIS

    Estudo da USP identifica proteínas-chave para tratamento contra câncer

    Por

    Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificou proteínas importantes para a eficácia de uma imunoterapia à base de linfócitos modificados em laboratório, chamados de células CAR-T, para combater o câncer no sangue humano.

    A novidade foi publicada pelos pesquisadores no Journal of Proteome Resarch em março e divulgada neste domingo (20/7). A pesquisa foi conduzida por John Oluwafemi Teibo, doutorando na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), no interior paulista, e bolsista da Fapesp. Teibo foi orientado pelo professor Vitor Faça.

    “A terapia celular CAR-T é inovadora e trouxe um avanço incrível contra doenças hematológicas (que afetam a coagulação do sistema sanguíneo). Existem muitas construções de células CAR-T em aprovação para uso clínico. Mas não entendemos completamente como funcionam em termos de mecanismos moleculares, quais são as vias de sinalização e os efetores moleculares envolvidos nisso. Essa é a motivação para esse estudo”, disse Teibo.

    Expectativas a partir da pesquisa

    • Segundo a divulgação da pesquisa, a utilização da análise do conjunto de proteínas descobertas na amostra vai permitir uma compreensão mais profunda da alteração que as moléculas sofrem.
    • Essa questão pode abrir caminho para novos avanços no tratamento contra o câncer.
    • Além disso, o estudo permitirá um melhor entendimento dos processos fisiológicos e celulares, “essencial para o aprimoramento da terapia”.
    Leia também

    O estudo tentou identificar as proteínas relacionadas com a terapia com células CAR-T em bancos de dados. Essas proteínas, chamadas de efetores moleculares, têm papel importante na resposta a estímulos e na realização de processos celulares específicos, como a resposta imune ou na conversão de um tipo de sinal ou estímulo em outro.

    Ao todo, foram descobertas 14 proteínas, que foram classificadas em quatro categorias:

    “Primeiro são as citocinas, em que nós temos interferon, CCL3, interferon gama e tantas outras. Também temos as quinases, como LCK, ITK, JAK2 e B-Raf, e receptores, como CD80 e CD20, que estão envolvidos na ativação da terapia. Por último, há as proteases e os mensageiros químicos, como Granzyme B e TNF-α”, detalhou Teibo.