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    Estudo mostra como vivem moradores das 50 cidades com maior PIB agro

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    A fatia do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB) do país não para de crescer. Em 2024, representou 23,5% de todas as riquezas geradas no país. E a previsão para 2025 é ainda maior: um valor histórico que pode chegar na casa de 30%. Mas, afinal, qual é a realidade das pessoas que vivem nos municípios responsáveis por esses números? É o que tentou responder uma pesquisa inédita realizada pela Agenda Pública.

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    Para a análise aprofundada da pesquisa, foi criado o Índice Condições de Vida – Município Agro estruturado com dados públicos disponíveis em plataformas oficiais como o IBGE, CadÚnico, INEP, SUS/Ministério da Saúde, PNAE, INEP e FNDE, totalizando cerca de 40 indicadores de acesso e desempenho, organizados em seis dimensões de serviços prestados à população pelas prefeituras: educação, saúde, infraestrutura, proteção social, desenvolvimento rural e gestão de qualidade.

    O estudo mostrou que a geração de riqueza agropecuária, medida pelo PIB do setor, não é suficiente para assegurar avanços proporcionais em desenvolvimento social, institucional e ambiental nos territórios. O que, na prática, significa acesso à educação, presença de rede de esgoto e de unidades de saúde nas cidades.

    No topo da lista de maiores PIBs, a cidade de Sorriso (MT) — que gerou R$ 8,3 bilhões com a produção, principalmente, de soja — não aparece com bons resultados em nenhum dos itens avaliados.

    O desempenho médio geral dos 50 municípios ficou em 0,48, indicando um nível de desenvolvimento enquadrado nos critérios de “médio”. Nenhum município alcançou a faixa “alta”. O melhor resultado foi o de Cascavel (PR), com 0,57, enquanto Correntina (BA)
    apresentou o menor desempenho geral (0,42).

    “O Brasil é uma potência mundial na produção de alimentos. É fundamental que a riqueza gerada nos municípios do agro se converta em bem-estar concreto para as populações locais. Avaliar a qualidade do desenvolvimento é essencial para direcionar os esforços das prefeituras e os investimentos das empresas do agronegócio que buscam consolidar um compromisso genuíno com um modelo de crescimento moderno, resiliente e sustentável”, afirma Sergio Andrade, diretor executivo da Agenda Pública e coordenador geral da pesquisa.

    Confira o resultado geral:

    Educação

    No indicador educação, foram considerados fatores como gasto total com educação por habitante e taxas de abandono escolar, matrículas em creches e distorção entre a idade e as séries dos estudantes.

    O melhor resultado foi de Rio Verde (GO), o pior de Balsas (MA). Confira:

    Saúde

    No indicador saúde, foram avaliados números como mortalidade infantil, cobertura vacinal, proporção de equipamentos do SUS sobre o total de equipamentos de saúde, além de gastos per capita de saúde.

    O melhor resultado foi Rio Brilhante (MS), e Dourados (MS) ficou com a menor nota. Confira:

    Infraestrutura

    A avaliação sobre infraestrutura levou em consideração números como percentual de casas com acesso à água, esgoto e iluminação pública. Além da quantidade de vias pavimentadas e a cobertura de internet,

    Uberaba (MG) obteve o maior índice, e São Félix do Araguaia (MT), o menor. Veja:

    Proteção social

    O estudo considerou ao avaliar a proteção social a proporção de beneficiários do Programa Bolsa Família em relação às famílias que recebem até meio salário mínimo, o número de Centros de Referência da Assistência Social (Cras) por 100 mil habitantes, além do percentual de estabelecimentos agropecuários dirigidos por mulheres.

    Paracatu (MG) alcançou o melhor resultado, enquanto Correntina (BA) registrou o pior desempenho. Confira:

    Desenvolvimento rural

    No quesito desenvolvimento rural foram analisados números como produtividade das lavouras, percentual de trabalhadores rurais que recebem assistência técnica, a quantidade de jovens de até 35 anos entre os trabalhadores rurais, entre outros.

    O indicador desenvolvimento rural foi o que apresentou os piores resultados. Sapezal (MT) foi o melhor e Alegrete (RS) o pior. Veja:

    Gestão de qualidade

    Para o indicador gestão de qualidade foram analisados números relacionados à gestão municipal, como endividamento do município, liquidez e transparência.

    Campos de Júlio (MT) teve o melhor resultado e Santana do Mundaú (AL) o pior. Confira: