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EUA e Colômbia convocam diplomatas após denúncia de golpe contra Petro

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EUA e Colômbia convocam diplomatas após denúncia de golpe contra Petro

A crise entre Estados Unidos e Colômbia aumentou, e resultou na convocação de diplomatas para retornarem aos seus respectivos países. A decisão dos dois governos foi anunciada nesta quinta-feira (3/7), em meio à acusações sobre um suposto plano para derrubar o governo colombiano de Gustavo Petro com a ajuda de Washington.

Por meio de um comunicado, o Departamento de Estado anunciou que o encarregado de negócios da embaixada norte-americana em Bogotá, John McNamara, foi chamado de volta para “consultas urgentes”. Outras medidas, acrescentou a pasta, também estão sendo sendo tomadas para expressar a “profunda preocupação com o estado atual” da relação entre os dois países.

McNamara era principal figura da representação dos EUA na Colômbia desde janeiro, quando Washington anunciou a retirada do embaixador Francisco Palmieri do país, em meio à troca de farpas entre Gustavo Petro e Donald Trump sobre deportações e tarifas norte-americanas.

Em uma publicação no X, o chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, afirmou que a medida surge após “declarações infundadas e repreensíveis de altos funcionários do governo colombiano”.

Horas depois, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, adotou a reciprocidade e também convocou o embaixador colombiano em Washington,.

“Em resposta à decisão do sr. McNamara, encarregado de negócios da embaixada dos EUA na Colômbia, de retornar para consultar, estou, correspondentemente, convocando nosso embaixador Daniel García-Peña nos Estados Unidos para consultas”, anunciou Petro em uma publicação no X.

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Tentativa de golpe

A convocação de diplomatas, visto como um gesto sério de afastamento entre dois países, surge dias após denúncias de uma suposta tentativa de golpe para derrubar o governo colombiano.

No último fim de semana, o jornal espanhol El País revelou uma série de áudios sobre o caso. Nas gravações, o ex-ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Levya, que fez parte do governo Petro entre 2022 e 2024, buscou apoio de autoridades dos EUA para derrubar o atual presidente colombiano. Ele chegou a se reunir com o congressista Mario Díaz-Balart, do Partido Republicano, para discutir o golpe.

Segundo a reportagem, o ex-chanceler buscou contato com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o próprio presidente Donald Trump, para articular a possível deposição do atual presidente colombiano.

Levya teria sugerido utilizar métodos “armados e não armados” para derrubar Petro, visto pelo ex-ministro como uma figura enfraquecida na Colômbia. Caso o plano desse certo, o ex-chanceler sugeriu que a atual vice-presidente do país, Francia Márquez, assumisse o poder. A tentativa de golpe, contudo, não foi vista com bons olhos pelo governo Trump, que não demonstrou interesse em participar da trama.

Depois de o caso vir à tona, Petro afirmou que “há um golpe em andamento” e cobrou uma investigação do caso na Justiça dos EUA. A suposta trama golpista também é investigada pelo Ministério Público da Colômbia, que abriu uma apuração dias após a reportagem do El País.

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